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Zillah Branco: Limpeza das instituições

O sistema capitalista predomina no planeta impondo as suas regras até à China e demais países socialistas. Neste terreno minado o Brasil cria recursos democráticos e a América Latina vai desenvolvendo uma política de união para apoiar o desenvolvimento e a independência de todas as nações.
Por Zillah Branco*

Exatamente o contrário do que sempre fizeram os organismos internacionais e a União Europeia, onde uma elite imperialista impõe modelos tecnocráticos que empobrecem os países pobres recomendando substituição de culturas agrícolas e formas de produção que liquida o equilíbrio das foças produtivas nacionais, para escravizá- los pela via da comercialização e dos créditos.

Mas, mesmo na máquina institucional do Estado brasileiro, como em outras nações, a mentalidade criada pelo sistema capitalista está entranhada (autoritarismo de chefes, discriminação de classe, uso perverso de leis mal elaboradas, corrupção, sabotagem por motivos pessoais, corporativismo e outros vícios mesquinhos), o que faz da burocracia uma arma antidemocrática. Esta situação existe claramente nas áreas de atendimento social onde o cidadão está sozinho pedindo socorro, especialmente no INSS e no SUS. É necessária uma campanha ideológica ampla, tipo mutirão – dentro dos partidos e das associações de massas – para denunciar todo tipo de obstáculo burocrático usado como arma antidemocrática com uma ação clara e forte de promotores e juízes para impedir que o cidadão permaneça sujeito às humilhações habituais, e não conquiste os seus direitos elementares que a Constituição assegura teoricamente.

As reformas e revisão de leis levam uma eternidade e a vida de cada cidadão é curta e a saúde frágil. As crises do capitalismo não farão, por si, que o sistema seja substituído pela única meta conhecida que é o socialismo. O caminho das reformas introduzido por Lula caminha amarrado por compromissos comerciais e financeiros, mas a ação de conscientização e participação popular tem demonstrado que avança mais rápido e serve de pressão para apoiar governos democráticos como o de Dilma.

*Zillah Branco é militante do PCdoB São Paulo, e reside temporariamente em Portugal.