Flávio Dino: “há muito desespero e muita desorientação”

 

Entrevista
Flávio Dino recebeu com serenidade o resultado da última pesquisa para o governo do estado. A consulta, realizada pelo Instituto Amostragem em parceria com o Jornal Pequeno, mostra que ele venceria, em primeiro turno, em todos os cenários apontados. “O resultado nos traz dois sentimentos: de gratidão e de responsabilidade de continuar a caminhada no mesmo sentido”, avaliou Flávio Dino, durante entrevista concedida via Skype, nesta segunda-feira (19), ao apresentador Ricardo Marques, no programa “Direto ao Ponto” (TV Difusora Caxias).

Na oportunidade, o presidente da Embratur foi instado pelo apresentador a comentar o parecer do Ministério Público que recomendou a cassação da governadora Roseana Sarney por abuso de poder econômico e político.

Para Dino, quem não cumpre a lei deve ser punido.

“As eleições de 2010 foram marcadas por muitos crimes e muitas coisas erradas que acabaram levando a vitória e a esse quarto mandato da governadora Roseana. O que o procurador-geral da República [Roberto Gurgel] fez foi confirmar as denúncias que foram feitas de convênios irregulares, convênios frios, convênios fantasmas, dinheiro que foi sacado na boca do caixa que deveria ser aplicado em obras e foi utilizado em campanhas eleitorais. Tudo isso quem está dizendo não é a oposição, quem está dizendo é uma autoridade máxima do Ministério Público no nosso país”, afirmou Flávio Dino, convicto de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fará um julgamento estritamente técnico.

No mês de junho de 2010 houve a celebração, por parte do governo do estado, de 979 convênios envolvendo recursos na ordem de R$ 391.290.207,48, dos quais 670 convênios foram publicados três dias antes da convenção partidária que referendou a candidatura de Roseana Sarney, no valor de R$ 165 milhões.

Perguntado se estaria tentando impedir a construção de hospitais do Programa Saúde é Vida através de manobras jurídicas, inclusive o de Caxias, Flávio classificou o boato como resultado do “desespero e muita desorientação no governo do estado”.

“Não partiu de mim, é uma mentira absoluta, nenhuma iniciativa no sentido de interromper obra alguma. O que me parece é que o governo do estado diante de ilegalidade, de erros que eles mesmos cometem, não cumprem as leis, não cumprem os contratos, estão meio que procurando um pretexto antecipadamente. Assim como eles prometeram os 72 hospitais e não cumpriram”, disse Dino.

Confira a seguir, em tópicos, a íntegra das declarações de Flávio Dino:

Pesquisa

O resultado da pesquisa nos traz dois sentimentos: de gratidão, porque essa liderança é fruto de reconhecimento do trabalho político que venho fazendo nesses anos, seja viabilizando obras e projetos, seja defendendo no plano nacional o nosso estado; em segundo lugar o sentimento de responsabilidade de continuar a caminhada no mesmo sentido, defendendo ideias novas, propostas sérias para realmente transformar a qualidade de vida do nosso povo.

Hospitais

Hoje há muito desespero e muita desorientação no governo do estado, eu lamento muito por que eu quero que as coisas aconteçam para o nosso estado e que o dinheiro público seja bem aplicado. Não partiu de mim, é uma mentira absoluta, nenhuma iniciativa no sentido de interromper obra alguma. O que me parece é que o governo do estado diante de ilegalidade, de erros que eles mesmos cometem, não cumprem as leis, não cumprem os contratos, estão meio que procurando um pretexto antecipadamente. Assim como eles prometeram os 72 hospitais e não cumpriram, há uma dúvida na sociedade se de fato eles vão concluir esses hospitais ou se são apenas obras eleitoreiras. O que de fato temos que fazer é cobrar que de fato as obras continuem, que as leis sejam cumpridas e que parem os desvios de verbas públicas e essa é a razão pela qual a saúde do Maranhão continua, infelizmente, nessa situação caótica em que se encontra.

Cassação

As pessoas que não cumprem as leis têm que ser punidas de algum jeito. Essa é a mensagem que o procurador-geral da República deixou bem claro no seu parecer. As eleições de 2010 foram marcadas por muitos crimes e muitas coisas erradas que acabaram levando a vitória e a esse quarto mandato da governadora Roseana. O que o procurador-geral da República fez foi confirmar as denúncias que foram feitas de convênios irregulares, convênios frios, convênios fantasmas, dinheiro que foi sacado na boca do caixa que deveria ser aplicado em obras e foi utilizado em campanhas eleitorais. Tudo isso quem está dizendo não é a oposição, quem está dizendo é uma autoridade máxima do Ministério Público no nosso país. Eu espero que agora o Tribunal Superior Eleitoral julgue essas questões e tenho certeza que sendo, como será um julgamento técnico, a punição deve ser aquela prevista em lei, ou seja, exatamente a cassação do mandato da governadora porque é um mandato ilegítimo, ou seja, ele foi conquistado por meios ilegais.

Fonte: Blog John Cutrim