PCdoB exige punição ao assassinato de militante comunista no Pará

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB-Pará) divulga nota em repúdio aos crimes de assassinato aos defensores da regularização fundiária e para os que clamam pela reforma agrária e exige esclarecimentos e punição aos assassinos do militante comunista Teodoro Lalor de Lima, líder dos trabalhadores do extrativismo que foi brutalmente assassinado no dia 18 de agosto de 2013. 

Abaixo nota de pesar pela morte do camarada:

Punição ao latifúndio! Regularização fundiária e reforma agrária já!

É com tristeza que o Partido Comunista do Brasil – PCdoB escreve essa nota. Pois seu militante comunista Teodoro Lalor de Lima foi assassinado na madrugada do último domingo em Belém.

Seu Lalor era conhecido pelos trabalhadores como uma referência da luta dos extrativistas, também presidia a Associação dos Remanescentes de Quilombo de Gurupá, no município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó, liderança quilombola, amigo dos ribeirinhos, ativista da luta pela Regularização Fundiária e pela Reforma Agrária.

Lalor, sofria diversas ameaças de morte por denunciar várias formas de exploração e expropriação que as comunidades quilombolas da região de Gurupá sofriam. Na madrugada do último domingo (18), foi esfaqueado do lado esquerdo do peito por um homem que invadiu a casa e depois fugiu. Lalor não resistiu e morreu no portão da residência.

O militante comunista e líder quilombola estava em Belém para participar do Terceiro Encontro Estadual de Quilombolas do Pará que acontece de 19 à 22 de agosto, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. E foi esfaqueado, assassinado de forma muito suspeita na frente da casa de seus parentes onde estava hospedado no bairro da Cabanagem, em Belém.

No último dia 13 de agosto, ocorreu uma audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Estado, em Cachoeira do Arari, Teodoro Lima nessa ocasião havia denunciado a perseguição de fazendeiros da região à comunidade quilombola.

Seu Lalor, nesse mesmo evento relator que ficou preso por dois meses sem acusação formal, a mando de fazendeiros que se sentem prejudicados pela demarcação das terras quilombolas. O líder quilombola declarou ainda que crianças da comunidade estavam sendo presas por colher açaí em áreas quilombolas.

Alias essa tem sido uma realidade constante no Marajó, onde famílias extrativistas, ribeirinhos e quilombolas têm sofrido e amargado os prejuízos, sofrendo exploração e opressão, com ameaças e terrorismo dos fazendeiros e pela expansão do plantio de arroz na região. Em especial em seu município.

O PCdoB vem em público mais uma vez denunciar os crimes cometidos a mando do latifúndio e grileiros no solo paraense que mancha nossa terra com o sangue dos trabalhadores que lutam pela Regularização Fundiária e pela Reforma Agrária.

Essa tem sido uma dura realidade no Pará, não esquecemos dos assassinatos de Paulo Fonteles, João Canuto, Expedito Ribeiro, João Batista entre outros lutadores que tombaram na luta dos trabalhadores. E agora mais uma vez um militante comunista é assassinado a mando do latifúndio.

Exigimos do Governo Simão Jatene e da segurança pública de nosso estado a mais rígida apuração desse crime cometido contra um trabalhador e um lutador do povo.

Para a família do seu Lalor o nosso pesar e solidariedade. E para os militantes comunistas, para os ativistas da luta pela Regularização Fundiária e da luta pela Reforma Agrária, afirmamos que o exemplo de seu Lalor nos fortalecerá pra lutar contra o latifúndio e por uma vida melhor para os trabalhadores rurais e para o povo paraense e o povo brasileiro.

Punição aos crimes do latifúndio! Regularização Fundiária e Reforma Agraria Já!

Belém, 19 de Agosto de 2013.

Comitê Estadual do PCdoB-Pará


Contexto

O crime aconteceu quando Lalor desembarcava para uma reunião na capital paraense de organizações quilombolas do Pará. Ainda não há informações sobre a forma em que foi assassinado.

Recentemente, o presidente denunciou, durante uma audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal (MPF-PA) e Ministério Público do Estado, em Cachoeira do Arari, a perseguição de fazendeiros da região à comunidade quilombola. Ele disse ainda que ficou preso por dois meses sem acusação formal, a mando de fazendeiros que se sentem prejudicados pela demarcação das terras quilombolas.

Entre as denúncias feitas por Lalor, está também a de crianças da comunidade que estavam sendo presas por colher açaí em áreas quilombolas.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Unegro
*Atualizado às 15h24 para acréscimo de informações