Unesp aprova cota de 50% para aluno da rede pública

A Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) aprovou em última instância a adoção de cotas no seu vestibular. Ela será a única das três universidades estaduais paulistas a adotar a reserva de vagas, a exemplo do que já acontece nas federais. A implementação começa no próximo vestibular, com cota de 15% para a rede pública.

Com a decisão, a universidade terá, em 2018, metade dos ingressantes provenientes de escolas públicas, em cada curso; 35% deles deverão ser pretos, pardos e indígenas.

Leia também:
Movimentos sociais protagonizam audiência sobre cotas raciais
Rádio:reitora da Unifesp reforça combate à desigualdade de gênero
 

A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário na quinta-feira (15). Em abril, a universidade havia aprovado a adoção de metas, mas não havia definido como as atingiria. O objetivo era chegar aos percentuais até 2016, prazo que foi postergado com a nova decisão.

A participação da rede pública na Unesp já é de 40%, mas há grande variação entre as áreas. Em medicina, por exemplo, é de 2%.

Unicamp e USP aprovaram recentemente o aumento dos bônus no vestibular para os alunos de escolas públicas e pretos, pardos e indígenas. Mas, nas duas universidades os percentuais são tratados apenas como metas, que podem ou não ser atingidas.

A Unicamp concedia 30 pontos extras a oriundos de rede pública e outros 10 a esses alunos que se declarassem pretos, pardos e indígenas. A pontuação subirá para 60 e 20.

A USP aprovou bônus de até 5% para pretos, pardos e indígenas de escola pública e ampliou para até 20% a bonificação para os demais da rede pública –alguém autodeclarado preto, pardo ou indígena vindo da rede pública poderá ter até 25% a mais em sua nota.

Na Unesp, serão chamados estudantes até que se completem os percentuais estipulados, modelo semelhante ao implementado nas universidades federais.

Fonte: Folha de S. Paulo