Rádio Vermelho debate o trabalho infantil doméstico no Brasil
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Distrito Federal registrou a maior queda nos números de trabalho infantil doméstico entre 2008 e 2011. A pesquisa revelou que houve uma redução de 73% dessa forma de trabalho, que é proibida. Atualmente, cerca de 258 mil crianças e adolescentes estão em situação de trabalho infantil doméstico.
Da Rádio Vermelho, com informações da Radioagência Nacional
Publicado 26/08/2013 15:43

Em declaração à imprensa, a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira, ressaltou que essa é uma das piores formas de trabalho infantil doméstico. Segundo ela, "as condições desse trabalho expõe a criança a maus-tratos físicos e psicológicos, sérios casos de abuso sexual, sem falar nas extensas jornadas de trabalho".
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O estudo também apontou que a capital federal repete o padrão do trabalho infantil doméstico brasileiro. As meninas são 93,7% das ocupadas nessa condição. Do total, 67% são negros.
Em 2011, em todo o Distrito Federal, havia 18.423 meninos e meninas entre cinco e 17 anos em situação de trabalho, indicando uma redução de 22,7% em relação ao levantamento de 2008.. Os meninos ainda são a maioria: 10.798 e as meninas, 7.625. Como ocorre no trabalho infantil doméstico, 65% das crianças e adolescentes ocupados são negros.
Entre 2008 e 2011, o contingente de crianças e adolescentes que realizavam afazeres domésticos no Brasil pouco se alterou, passando de 19 milhões de crianças e adolescentes em 2008 para 18,5 milhões em 2011. Algumas acumulavam jornada dupla. Das 3,6 milhões de meninos e meninas que trabalhavam em 2011, mais 2,1 milhões realizava atividades em casa – um total de 57,5%. A situação inverte-se quando se trata de crianças e adolescentes que não trabalham. Dos 39 milhões nessa situação, 16 milhões, ou 41%, realizava tarefas em casa. Situação semelhante ocorre no DF. Mais de 48% das crianças e adolescentes que trabalham exerciam atividades em casa, enquanto entre os que não trabalham, a taxa é de 37,2%.
Ouça na Rádio Vermelho a íntegra das declarações da secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira.