Desastre parlamentar de Cameron pode levar a mudanças no governo

O fiasco do primeiro-ministro britânico, David Cameron, numa votação parlamentar recente sobre uma agressão contra Síria, pode custar o posto de ao menos cinco membros de seu governo, comenta a imprensa britânica neste sábado (31).

Justine Greening, secretária de Desenvolvimento Internacional, Kenneth Clarke, ministro sem portfólio, e Mark Simmon, membro da Chancelaria, poderiam estar entre os que ficariam de fora da equipe de Cameron, considera o jornal The Daily Telegraph.

Outros afetados seriam Alan Duncan (ministro de Estado), David Gauke (da secretária do Tesouro) e Steve Webb, ministro de Pensões, do partido Liberal-Democrata (LDP).

Os servidores públicos citados não conseguiram retornar a Londres na quinta-feira passada, quando a Câmara dos Comuns votou por estreita margem de 285 votos contra e 272 a favor de agredir a Síria.

Clarke solicitou permissão para atender assuntos familiares, enquanto Greengin e Simmon alegaram que estavam em uma reunião e desconheciam a realização do início da votação no Parlamento.

O chefe da bancada conservadora, George Young, também poderia ter os dias contados nesse cargo, assinala a publicação.

Ao menos uma dezena de membros do gabinete e deputados do LDP, sócio minoritário no Governo dos conservadores, se ausentaram da votação legislativa que concluiu com uma humilhante derrota para Cameron.

O chefe de governo mobilizou navios, aviões e tropas para, como ocorreu em março de 2003 contra Iraque, participar junto dos Estados Unidos em outra agressão, desta vez contra Síria, para o qual contava com o apoio da maioria governamental no Parlamento.

Para a semana próxima, espera-se o anúncio pelo premiê britânico de mudanças substanciais em sua equipe. Londres chegou a ameaçar realizar uma ação bélica contra Damasco, inclusive sem um consenso no Conselho de Segurança da ONU, sob o pretexto de castigar ao governo sírio pelo suposto uso de armas químicas no dia 21.

Mas a Cameron foi-lhe impossível apresentar provas concretas da culpabilidade das autoridades sírias pelas mortes de centenas de pessoas há duas semanas nas proximidades de Damasco e só procurou revestir com argumentos legais a necessidade de uma intervenção.

Fonte: Agência Prensa Latina