Marta Suplicy apresenta política de apoio da Lei Rouanet

As políticas públicas do Ministério da Cultura, em especial a Lei Rouanet – que recentemente passou a contar com critérios que contemplem o setor da moda a captar recursos – foram tema da reunião que a ministra da Cultura, Marta Suplicy, teve com representantes da indústria têxtil e do setor da moda, nesta segunda-feira (2), em São Paulo.

Marcelo Camargo/ABr
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São Paulo - A ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do ministério, Henilton Menezes, apresentam a política de apoio da Lei Rouanet em reunião na sede da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)

O encontro aconteceu na sede da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) que recebeu um número muito grande de pessoas interessadas no assunto. Estiveram presentes, possíveis proponentes à lei Rouanet, possíveis investidores em projetos culturais com autorização de captação via lei, jornalistas e blogueiros, entre os quais, Gloria Kalil.

A ministra foi recebida pelo superintendente da ABIT, Fernando Pimentel, e esteve acompanhada, à mesa de apresentação, pelo diretor do Texbrasil (Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira), Rafael Cervone, pelo vice-presidente da Abit, Alfredo Bonduki, e pelo secretário de fomento e incentivo à Cultura, do MinC, Henilton Menezes.

Importância da moda

Marta explicou que duas das diretrizes do Ministério são promover a inclusão social dos brasileiros através da cultura e internacionalizar a cultura brasileira.

A ministra defendeu que o setor da moda tem importante papel estratégico a desempenhar nestas diretrizes, pois tem muito destaque na mídia, tem capacidade de transmitir a cultura de um país para o Mundo, além de ser mantida por uma cadeia produtiva muito grande e diversa que pode gerar muitos empregos.

Por isso, segundo Marta, foram criados 4 eixos, dentro da lei Rouanet que possibilitaram ao setor captar recursos, o que não acontecia até recentemente.

São os eixos:

1) Internacionalização da cultura, exercendo o Soft Power brasileiro. (Soft Power – poder brando em tradução livre – é a capacidade de um país atuar em sua política externa por meio de sua cultura e não pelo poderio militar, político ou econômico – Hard Power)

2) Criação com simbologia brasileira

3) Formação de novos agentes do segmento moda (estilistas, por exemplo)

4) Preservação de acervos (entre os quais, a ministra deu como exemplo Zuzu Angel e Dener que precisam ser preservados).

Internacionalização da Cultura brasileira

Marta mencionou diversas iniciativas do ministério da Cultura que tem buscado internacionalizar a cultura brasileira, entre elas a Feira do Livro de Frankfurt, que neste ano tem o Brasil como país homenageado, e conta com a presença de 70 autores brasileiros, a tradução de dezenas de obras brasileiras, além de uma programação paralela à Feira com música, dança, teatro e uma série de linguagens artísticas com nossos artistas.

O ano do Brasil em Portugal, encerrado recentemente, também foi citado pela ministra como exemplo de internacionalização de nossa cultura. Durante 10 meses do evento que promoveu o intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal, 2.140 artistas exibiram seu trabalho no país luso. A audiência total direta e indireta chegou a 6 milhões de pessoas. Nas redes sociais, as visualizações do perfil do Ano do Brasil em Portugal chegaram a quase 555 mil. Foram mais de 1500 matérias com referência ao Ano do Brasil em Portugal.

Para Marta, a moda é capaz de criar uma "marca Brasil", importante na difusão da imagem do país pelo Mundo.

Vale Cultura e Inclusão Social

"Queremos muito a adesão da Indústria Têxtil ao Vale Cultura", disse Marta à plateia que acompanhava a palestra. A ministra explicou o funcionamento do benefício que estará disponível para os trabalhadores e trabalhadores do Brasil nos próximos meses e que poderá lhes levar R$50 mensais para consumo de bens culturais.

A ministra colocou o Vale como uma das mais importantes medidas do MinC para a inclusão social, porém também citou os editais lançados recentemente pelo Ministério para produtores e criadores negros, mulheres, indígenas e artistas da Amazônia. Os CEUs das artes, espaços construídos nas periferias do Brasil voltados à formação e ao descobrimento de artistas, também foi mencionado com políticas de inclusão social via cultura.

Lei Rouanet

O encontro foi finalizado com uma apresentação da Lei Rouanet aos presentes. O secretário de fomento e incentivo à Cultura, Henilton Menezes, detalhou a lei, contou sua trajetória para se adaptar às demandas que foram surgindo ao longo dos 22 anos de sua criação, mostrou números dela, critérios, meios para a participação, tanto de proponentes, quanto de investidores.

A apresentação de Marta foi precedida de uma coletiva de imprensa.

Fonte: Ascom MinC