Ato dá boas-vindas aos médicos estrangeiros

Dezenas de manifestantes estiveram na frente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), na terça-feira (3), para protestar contra a resistência dos médicos brasileiros em aceitar os profissionais da saúde que vieram de fora do país para trabalhar no programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde.


Protesto na periferia apoia Mais Médicos / Foto: SimoneFreire

Organizado de forma autônoma, o ato concentrou-se na praça Roosevelt e seguiu para a frente do Conselho onde os manifestantes expuseram cartazes e abriram um espaço de discussão. Foram lembrados os casos de xenofobia e racismo, principalmente, contra os médicos cubanos que chegaram ao Brasil na semana passada.

A presença de coletivos culturais da periferia foi marcante e alguns dos presentes mostraram sua indignação com o sistema de saúde público por meio de poesias.

Ana Fonseca, do coletivo Perifatividade, uma das organizadoras do ato, lembrou que, “pela primeira vez, vários locais no país vão ver um médico e poderão ser tratados por um. Vamos ser tratados como seres humanos, não como números a mais no prontuário”.

Emerson Alcade, poeta e ator, também organizador da manifestação, é morador da zona leste de São Paulo. Para ele, “há falta de médicos nos postos e hospitais públicos” e, mesmo quando há profissionais contratados nessas unidades, eles não comparecem. “Mas não faltam em seus consultórios particulares”.

A declaração da jornalista Micheline Borges, em uma rede social, de que médicas cubanas têm “cara de empregada doméstica” foi um dos motivos que provocou a organização do ato. Segundo os manifestantes, a jornalista corresponde ao pensamento de uma “elite de jaleco” e não ao “desejo das periferias”.

O educador Michell da Silva, conhecido como Chellmí, lembrou que há uma “luta de classes” nesse conflito. “Um médico elitista não encosta em pobre, no máximo pede para os pobres tomarem xaropinhos e terem muita fé."

Fonte: Brasil de Fato