Serra não define mudança de partido e PPS cansa de esperar

O presidente do PPS Roberto Freire disse que a legenda resolveu não esperar mais pelo tucano José Serra. O candidato do PSDB duas vezes derrotado (em 2002 e 2010) na disputa pela Presidência da República foi convidado a integrar a sigla para participar das eleições de 2014.

Como só restam 30 dias para a filiação partidária de quem quiser se candidatar a qualquer cargo em 2014, e Serra não se decidiu, o PPS prepara novas alternativas, olhando sempre para os setores políticos mais conservadores do país. 

"Esperamos o Serra até agora. Ele disse que decidiria até o final de agosto. Não decidiu. Então, vamos debater outro caminho no campo da oposição. Vamos procurar candidatos viáveis eleitoralmente, e eles são Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina Silva", disse Roberto Freire ao jornal Estado de S. Paulo.

As conversas entre Roberto Freire e José Serra começaram no início do ano. Para receber o ex-governador, o PPS negociou a fusão com o PMN, dando origem à Mobilização Democrática (MD). Mas, apesar de os dois partidos terem feito convenções e decidido por se fundir, a união não prosperou. Durante esse período, Freire e Serra mantiveram conversações. A esperança era de que o ex-governador se transferisse para o PPS no final de agosto, levando consigo alguns políticos importantes do PSDB. Mas Serra preferiu abrir uma frente de luta interna no tucanato contra Aécio Neves – provável nome do PSDB para disputar as eleições do próximo ano com a presidenta Dilma Rousseff.

A situação de Serra é cada vez mais complicada dentro e fora do ninho tucano. Na última segunda-feira (2), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que Serra "não tem dentro do PSDB apoio para uma candidatura presidencial" e defendeu que ele fique no partido e dê suporte à candidatura do senador mineiro Aécio Neves ao Planalto.

O ex-presidente afirmou também que não vê "espaço político" em outra sigla para que Serra se candidate. "José Serra tem que ter o realismo de ver qual a oportunidade que ele tem, e não só no PSDB, mas fora. Não vejo que haja, com realismo, espaço político em outro partido que permita uma candidatura presidencial."

Da redação,
com informações do jornal Estado de S. Paulo