Ato de solidariedade ao “Mais Médicos” e em defesa do SUS
Nessa quarta feira (04/09), a UEE MG participou em conjunto com diversas entidades do movimento social mineiro da manifestação em apoio aos médicos estrangeiros que irão trabalhar no programa Mais Médico em Minas Gerais.
Publicado 10/09/2013 13:49 | Editado 04/03/2020 16:49
O ato aconteceu em frente ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG). O grupo seguiu em passeata até a Rua Timbiras onde esta localizada a nova sede do CRM-MG.
O objetivo da passeata foi prestar apoio e solidariedade aos médicos estrangeiros que estão no país para suprir as necessidades dos usuários do SUS (sistema único de saúde) dos municípios mineiros que não foram escolhidos por nenhum dos inscritos na primeira fase do programa. A pressão também é para que o CRM-MG libere os “CRMs” desses médicos para eles poderem atuar nas cidades designadas. O Ministério da Saúde anunciou que 27 cubanos vão trabalhar em 23 municípios mineiros.
Segundo o medico Unaí Tupinambás e professor na UFMG “esse ato é mais do que legitimo, porém sabemos que o programa ainda tem suas dificuldades e o número de médicos ainda não é o suficiente”, ele também repudiou o ato em Fortaleza de seus colegas. Maria Amélia também professora na UFMG ressaltou que “o ato foi perfeito e os médicos podem vir de qualquer lugar do mundo desde que tenham compromisso com a população e o SUS seja fortalecido em cada canto do Brasil”.
Mateus Westim médico infectologista e servidor do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte ressaltou que o programa é uma medida necessária e temos que exigir mais investimentos na saúde pública.Lembrou também que os médicos estrangeiros irão atuar na área em que eles são especialistas e que a maioria principalmente os cubanos tem experiência em programas internacionais.
O SUS tem uma população enorme, carente de médico e infraestrutura e o diferencial do programa é que esses médicos só atuaram nas unidades de saúde para qual eles foram designados, assim não acumulando serviço e atendendo bem a população. Temos que desconstruir a ideia de que os médicos cubanos estão sendo trazido para fazer “pregação comunista”. “Cuba forma milhares de médicos por ano, profissionais qualificados e preparados para assumir compromisso com a saúde pública, por isso Cuba é referência na Medicina no mundo inteiro. Queremos mais médicos, queremos mais SUS”, disse Bárbara Ravena diretora da UEE-MG.
Mateus Weber diretor da UNE ressaltou que “a preferência é dos médicos brasileiros, mas como não estão dispostos é importante à vinda dos estrangeiros. Queremos que os CRM's liberem os médicos estrangeiros para que eles possam de fato atuar em solo brasileiro. O debate já está superado é que a medicina cubana de fato está entre as mais eficazes do mundo e trabalha com o conceito de medicina preventiva, ou seja, procura evitar que as pessoas fiquem doentes, ao contrário do Brasil que prefere tratar a doença” pontua.
Usuário do SUS da região Leste de BH o Sr. Manoel disse que é muito bom ter profissionais competentes em nosso estado principalmente em Belo Horizonte, uma vez que a saúde de Minas está doente e precarizada.
“Nosso movimento é também em defesa das nossas pautas históricas, em defesa do SUS que não pode estar descolado dessa importante discussão. Queremos 10% da receita bruta da união para a saúde publica, somos contra qualquer tipo de privatização do SUS, defendemos a priorização da atenção básica e exigimos a continuidade de melhorias na estrutura, condições de trabalho para todos os profissionais da saúde, qualidade no ensino de todas as categorias de saúde voltado para a atuação no SUS e somos contra a precarização dos vínculos de trabalho”, disse a fonoaudióloga Luísa Fernandes.
Ao chegar à nova sede do CRM-MG foi queimado um caixão representando a indústria farmacêutica que lucra 28 bilhões anualmente.
Por Bárbara Ravenna