Lançamento da campanha "Mulher tome partido. Filie-se!"
A campanha “Mulher, tome partido. Filie-se!”, cujo propósito é garantir o maior número de candidaturas femininas já nas eleições de 2014, foi formalmente lançado nesta quarta (11) durante ato político na Câmara dos Deputados.
Publicado 12/09/2013 13:34 | Editado 04/03/2020 16:49
Trata-se de uma iniciativa da Bancada Feminina e da Procuradoria da Mulher da Casa, e que conta com o apoio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
Coordenadora da Bancada Feminina, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) da tribuna ressaltou os apoios recebidos não só das parlamentares da Câmara e do Senado quanto também de vários líderes partidários. “O conjunto desses apoios nos dá a convicção de que temos que incorporar nesta Casa uma representação da maioria da população. E este tem que ser um compromisso democrático”.
Ao enfatizar que 51;3% dos eleitores são mulheres, ela apontou que foram eleitas apenas 45 deputadas do total de 513 representantes. “Nós somos 8,7% dos representantes do povo nesta Casa. É inaceitável, depois de uma sucessão de mudanças na garantia de cotas nas candidaturas de gênero, chegarmos a uma década de absoluta estagnação. Em 2002, foram eleitas 42 mulheres; em 2006, 46; em 2010, 45. Por isso que nós estamos fazendo um apelo a todos os senhores e senhoras parlamentares desta Casa para que assumam esta campanha”, conclamou.
Discurso
Eis a íntegra do discurso da deputada federal Jô Moraes:
“Senhor Presidente, senhoras e senhores deputados, queridos trabalhadores que lutam por melhores condições — e esta Casa tem o compromisso de garantir os seus direitos —, esta Casa recebeu hoje o lançamento da campanha Mulher, tome partido. Filie-se!
Senhor Presidente, vivemos num País em que mais da metade dos eleitores são mulheres, 51,3%, e — somos 513 deputados — apenas 45 foram eleitas nesta gestão. Nós somos 8,7% dos representantes do povo nesta Casa. É inaceitável, depois de uma sucessão de mudanças na garantia de cotas nas candidaturas de gênero, chegarmos a uma década de absoluta estagnação. Em 2002, foram eleitas 42 mulheres; em 2006, 46; em 2010, 45. Por isso que nós estamos fazendo um apelo a todos os senhores e senhoras parlamentares desta Casa para que assumam esta campanha.
Quero aqui cumprimentar a maioria dos Líderes desta Casa que estiveram presentes no lançamento da campanha: o líder do PSOL, Chico Alencar; o líder do PPS, Rubens Bueno; o líder do PSD, Eduardo Sciarra; o líder do PSB, Beto Albuquerque; a bancada do PT, vários deputados, tendo à frente o deputado Paulo Teixeira; a bancada do PCdoB, a bancada do PRB; um conjunto de deputados da bancada do PDT, deputado Sebastião Bala Rocha.
O conjunto desses apoios, nos dá a convicção de que temos que incorporar nesta Casa uma representação da maioria da população, tem que ser um compromisso democrático.
Nós não podemos, e quero aqui, deputado Ivan Valente, dizer que nós somos unânimes em apoiar a compreensão de Vossa Excelência que o povo tem que ocupar esta Casa, que nós temos que organizar um sistema onde os 10 mil que sempre estiveram aqui, como no discurso do deputado Ulysses Guimaraes no encerramento da sessão constituinte que disse: “… os 10 mil que aqui ocuparam os corredores, os gabinetes são aqueles que querem se sentir representados nesta lei.”
Por isso eu quero fazer uma pelo: a campanha Mulher, tome partido. Filie-se!, tem como meta garantir até o dia 5 de outubro o maior número de filiação, para que os partidos políticos não lancem mão de laranjas, de candidaturas artificiais, de candidaturas mulheres que apenas cumprem a norma regimental, mas não são de fato candidaturas. Candidaturas laranja, para nós laranja tem que ser no pé ou depois de uma boa feijoada.
Não admitimos e não aceitamos que usem as mulheres apenas para não reduzir o número das candidaturas masculinas. Nós estamos aqui fazendo um apelo para que vocês reproduzam em todos os Estados o lançamento dessa campanha. Nós estamos com um link para TV, nós estamos com um link para rádio, nós estamos com toda a estrutura que orienta e que faz um apelo às mulheres para que nós, que assumimos uma dimensão de sermos 41% da população economicamente ativa, empresárias, executivas, 43% de doutoras… E nós, que somos vistas na sociedade, somos apenas 8% nesta Casa.
Nós sabemos os dramas do País, nós sabemos os desafios cotidianos. Por isso, nós queremos partilhar com os homens deste País a construção de um País mais igual, de um País soberano, de um País que não seja espionado por ninguém e que tenha as suas mulheres e os seus homens com os seus direitos garantidos.
Era isso, Senhor Presidente.”