PL que propõe redução de salário é inconcebível, afirma Adilson

Em entrevista à Rádio Vermelho, Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), alerta para a ameaça que paira sobre os direitos trabalhistas na Câmara dos Deputados. Na quarta-feira, a partir das 10h, a Comissão de Trabalho da Casa pode votar o PL 5.019/2009, do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que altera o artigo 2º da Lei 4.923, de 23 de dezembro de 1965, para permitir a redução da jornada de trabalho com redução de salário.

Adilson Araújo, presidente da CTB, estará em Brasília para defender os direitos dos trabalhadores.

"A luz da verdade temos que dizer que esse projeto soa como uma provocação aos trabalhadores. É descabido, com interesse não somente por parte do deputado, que na nossa opinião nos estranha muito o fato de que o relator é, coincidentemente, o deputado Sandro Mabel, que é autor de um projeto que precariza as relações de trabalho. Portanto, é um ingrediente nocivo, que devemos combater veementemente", alertou Adilson Araújo, referindo-se também ao Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização e precariza as condições de trabalho.

O presidente da CTB lembra ainda a luta unitária das centrais sindicais em defesa da redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário.

O PL 5.019 permite a redução da jornada de trabalho, mediante acordo coletivo, da empresa que tiver uma queda média de 20% ou mais em suas vendas ou do saldo de seus depósitos e empréstimos, no caso de instituições financeiras, nos três meses anteriores quando comparadas com igual período do ano anterior. Já a redução salarial, segundo a proposta, o prazo para redução da jornada de trabalho não poderá exceder três meses, prorrogáveis por igual período e a redução do salário será proporcional à redução da jornada de trabalho e não poderá ser superior a 25% do salário contratual. Fica vedada a dispensa do empregado submetido à redução de jornada de trabalho.

Adilson Araújo também falou da luta da CTB contra o PL da terceirização, do deputado Sandro Mabel. Nesta quarta também será realizada uma audiência pública para debater o Projeto de Lei 4330, que amplia a prática que precariza as condições de trabalho.

"Não é à toa que presidentes, corregedores, e demais manifestaram posicionamento contrário ao PL. A OAB publicou nota técnica rechaçando o caráter nocivo desse projeto. O conjunto de ministros do TST também manifestou posicionamentos que deixam de forma emblemática os preceitos de que o projeto é um risco iminente do rebaixamento dramático da remuneração dos trabalhadores e causam muitos prejuízos à Previdência", afirmou Adilson, que convoca a todos a se juntarem aos sindicalistas para participar do debate e defender os direitos trabalhistas já conquistados.

Acompanhe a entrevista na íntegra na Rádio Vermelho: