Visita ao DOI-Codi reforça necessidade de revisar Lei da Anistia 

A visita de parlamentares integrantes da Subcomissão Mista da Verdade, Memória e Justiça, ao prédio onde funcionava, no Rio de Janeiro, o antigo Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) serviu para reforçar a necessidade de uma revisão da Lei da Anistia, afirmou nesta segunda-feira (23) a deputada Luiza Erundina (PSB-SP).

Visita ao DOI-Codi reforça necessidade de revisar Lei da Anistia - Google Imagens

O DOI-Codi era um órgão de inteligência e repressão, subordinado ao Exército na época da ditadura. Erundina se disse comovida ao percorrer locais onde presos políticos sofreram tortura durante o período da ditadura militar, entre 1964 e 1985.

"A emoção das pessoas que passaram por aquilo é muito forte. Isso prova que temos de ir até o fim na revisão da Lei da Anistia, porque é inaceitável que aqueles que são responsáveis por esses crimes permaneçam impunes indefinidamente", afirmou.

A deputada destacou que a presença dos integrantes da Comissão da Verdade também vai ajudar na concretização do projeto que busca transformar o local onde hoje funciona o 1º Batalhão de Polícia do Exército em um centro de memória, a exemplo do que foi feito no antigo Departamento de Ordem Pública e Social (Dops) de São Paulo e em centros de tortura na Argentina, no Uruguai e no Chile.

A visita ao antigo prédio do DOI-Codi começou com tumulto. O motivo foi a chegada do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que não faz parte da comitiva e tem ponto de vista divergente daquele defendido pela Comissão da Verdade.

Segundo relatou Erundina, a confusão teve início quando Bolsonaro tentou forçar a passagem, no portão do quartel, e foi impedido de entrar pelos senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP).

Na discussão, Randolfe afirmou ter sido agredido com um soco no estômago por Bolsonaro. A bancada do Psol na Câmara informou que vai protocolar uma representação contra o deputado do PP no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara