Com cara de poucos amigos, Serra reaparece ao lado de Alckmin

Seis dias após o anúncio de que permaneceria no PSDB, o tucano José Serra voltou a cumprir agenda de compromissos públicos ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.Segundo aliados do ex-candidato duas vezes derrotado à presidência da República (2002 e 2010), a estratégia é mostrar que ele "segue no jogo".

Serra e Alckmin - Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

Desde o final de 2012, Serra trava uma disputa no ninho tucano com o senador mineiro Aécio Neves na tentativa de concorrer pela terceira vez ao Planalto. Depois de ameaçar abandonar o tucanato, Serra quer mostrar que está pronto para enfrentar seu destino seu destino político, seja ele qual for, nas eleições de 2014.

Nos últimos dois dias, Serra e Alckmin estiveram juntos em um culto nesta segunda (7), na sede da Assembleia de Deus, e em uma visita a uma unidade da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), nesta terça (8), na zona leste da capital paulista.

Serra surpreendeu o cerimonial do Palácio dos Bandeirantes e chegou para acompanhar Alckmin. Os dois conversaram reservadamente por quinze minutos e, em seguida, tomaram café em uma lanchonete da região.

A estratégia é que a partir de agora, o tucano deve participar de agendas em áreas que considera ter mais afinidade, como saúde e ensino técnico. O Palácio dos Bandeirantes diz que Serra é convidado para eventos que remetem a projetos iniciados durante sua gestão como governador.

A filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, animou tucanos que ainda defendem o nome de Serra para a disputa do Palácio do Planalto. De acordo com serristas, o PSDB deve fazer pesquisas qualitativas para reavaliar o cenário eleitoral.

O objetivo é questionar a candidatura do senador Aécio Neves, presidente nacional da sigla e que hoje tem apoio da maioria do partido para disputar o cargo de presidente com a candidata à reeleição Dilma Rousseff.

Em uma declaração óbvia de esperança de ainda representar o tucanato nas eleições presidenciais, Serra, disse que o "cenário político [para 2014] ainda está indefinido. Se alguém disser que sabe o que vai acontecer é porque está por fora".

Informações da Folha de S.Paulo