Denize Passinho de Oliveira: O machismo velado

Os comunistas são homens e mulheres de cabeças novas numa sociedade velha, e como produtos desta sociedade são contaminados pela base concreta da vida. É incrível ou contraditório termos um excelente discurso de gênero nas conferências partidárias e os resultados das eleições dos dirigentes a participação de mulheres serem exatamente 30% (trinta por cento).

A questão mínima de participação tornar-se máxima, limite imposto por um machismo velado, camaradas a questão de gênero ainda é subestimado o seu papel revolucionário. Parafraseando “Nos documentos partidários e na vida interna” é o chamamento que todos devemos nos centrar nesta questão.

A questão do machismo velado não é geral, se reserva nas direções partidárias pouco maduras e pouco consolidadas, onde o partido é mais forte e “antigo” que possui uma direção forjada na luta e com uma boa base teórica, esse machismo é menos agressivo.

O PCdoB é o único partido que possui um fórum permanente de debate sobre a questão da mulher e isso tem garantido grandes avanços, o Comitê Central através da Secretaria de Mulheres tem bancado literalmente falando a participação de mulheres em eventos nacionais.

Mas ainda é difícil para nós mulheres sairmos de nossos estados e municípios e cortamos os laços maternos, ou seja, onde e com quem deixarmos nossos filhos? É uma subjetividade que se torna um grande problema objetivo para nós mulheres sairmos da vida privada para a vida pública.

Até para escrever este artigo tive que antes cumprir minhas tarefas profissionais, partidárias, domesticas e materna e finalmente sentar e escrever. Mas isso é uma pequena demonstração que ser mulher nessa sociedade é extremamente difícil.

Por um mundo de igualdade contra toda opressão!

* Denize Passinho de Oliveira é  Secretária de Organização do Comitê Municipal de Macapá-AP.