Protógenes critica maus tratos aos animais no Instituto Royal 

Em discurso no Plenário da Câmara nesta terça-feira (22), o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) criticou as condições do Instituto Royal, em São Roque (SP), onde eram mantidos para teste os cães da raça ‘beagle’, libertados por ativistas na última sexta-feira (18). E anunciou que articulou a abertura de uma comissão para acompanhar as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público. O objetivo, segundo ele, é propor uma lei que proíba testes em animais no Brasil.  

O deputado voltará ao Instituto Royal, em São Roque (SP), na próxima quinta ou sexta-feira. O parlamentar já esteve no domingo (27) na sede do instituto. Na próxima visita, ele vai ser acompanhado por um gerente da área científica do laboratório, para pedir informações sobre as atividades que eram realizadas no local.

Queiroz destacou o interesse da Câmara na apuração do caso, especialmente pelo fato de o Instituto receber verba federal, por se tratar de empreendimento com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O parlamentar explicou que ao fim dos trabalhos, a comissão fará um relatório que será usado para a propositura de legislação que regulamente pesquisas científicas de cosméticos e medicamentos, além de proibir o uso de animais em testes de laboratório. "Em muitos países essa prática já foi abolida. Existem outros meios substitutivos para esses estudos", afirmou.

Na madrugada da última sexta-feira (18), ativistas invadiram a sede do Instituto Royal com o apoio de manifestantes e retiraram de lá 178 cães da raça ‘beagle’, que eram usados em testes. A ação está sendo investigada pela polícia como furto e quem adotar os cães poderá responder por receptação. No sábado, um protesto com aproximadamente 700 pessoas terminou em confronto, com três veículos incendiados e três pessoas presas.

Os dois manifestantes que ainda estavam presos, acusados de participar da depredação aos carros, foram liberados ontem (21). Segundo o parlamentar, ele procurou o Ministério Público e o juiz de plantão para arbitrar fiança garantindo a soltura dos dois jovens presos por dano ao patrimônio.

Considerando que eram réus primários e o crime sendo de baixo potencial ofensivo, Protógenes Queiroz conseguiu obter a determinação judicial que permitia o pagamento da fiança e contatou familiares dos dois estudantes, que pagaram o valor para a soltura deles.

Da Redação em Brasília