São Paulo recebe o 18º Festival de Arte Contemporânea Videobrasil

Está aberto ao público o 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil. O evento teve início nesta quarta-feira (6) e segue até o dia 2 de fevereiro de 2014 no Sesc Pompeia e CineSesc, em São Paulo. O Festival apresenta as mostras 30 Anos e Panoramas do Sul, sessões especiais do filme Deserto Azul, de Eder Santos, séries de atividades de Programas Públicos e muito mais.

No primeiro dia da programação do 18ª do Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil, os curadores do festival, Solange Farkas, Eduardo de Jesus, Fernando Oliva, Júlia Rebouças e a curadora dos Programas Públicos, Sabrina Moura, apresentaram o processo e os aspectos da curadoria da atual edição. O encontro faz parte do Foco 2 do festival, Vetores e Inflexões, que trata das questões ligadas às mostras e temas da curadoria da edição 2013.

Os principais pontos da curadoria deste ano são a retrospectiva que marca os 30 anos do festival, a mostra competitiva Panoramas do Sul, com artistas do chamado Sul Geopolítico, e o aprofundamento da ligação do Videobrasil com as outras artes contemporâneas, que ocorre desde a edição de 2011.

Criadora do festival e responsável pelas duas mostras – 30 Anos e a Mostra Competitiva Panoramas do Sul –, Solange Farkas explicou que a curadoria, como ocorreu em outras edições, foi feita a partir de uma convocatória aberta. “Não é uma curadoria feita de antemão. Avaliamos dois mil projetos”, afirma. Segundo ela, a atual edição “evidencia o amadurecimento do vídeo com as artes contemporâneas.”

Júlia Rebouças afirma que o desafio da seleção, no caso da Mostra Panoramas do Sul, era reafirmar o foco no Sul, mesmo em um mundo que começa a criar uma nova ordem política. “Nos trabalhos selecionados temos esta questão em comum, que é característica da produção do Sul, que é a questão do outro. A exposição está muito focada no outro, no tema da proximidade.”

História e evolução do festival

Eduardo de Jesus, que tratou da curadoria do acervo de 30 anos do festival, conta que foi feita “uma espécie de escavacação arqueológica para levantar esses 30 anos” e que cada atividade dos Programas Públicos vai contar uma parte dessa história, que se divide em quatro.

A primeira, de 1983 a 1988, quando o festival era anual, tem caráter documental e ligação estreita com a TV. “Havia um desejo de que a produção invadisse a TV”, conta. “De um lado, a televisão precisava se abrir. De outro, um grupo de jovens querendo abrir a TV.”

A segunda fase, que começa em 1992, é marcada pelo início da internacionalização do festival e do foco no Sul Geopolítico e de maior experimentação com a linguagem, além do início do uso de suportes como o CD-ROM na concepção de trabalhos interativos.

A partir de 2001, quando começa a terceira fase, o festival se conecta com as artes visuais e se abre para a performance, sendo a 15º edição, de 2007, toda voltada para essa forma de expressão.

Em 2011, tem início a quarta e atual fase que, segundo Eduardo, é marcada pela “abertura de manifestações artísticas para além do suporte”, como o desenho e a pintura, e na ênfase para os programas de residência.

Plataforma Videobrasil

A atual edição conta também com uma plataforma inédita na internet que, segundo a curadora Sabrina Moura, pretende ser “uma plataforma de reflexão”, integrando-se ao outro lado dos Programas Públicos, que são os debates que ocorrem no Sesc.

Na plataforma, disponível no site http://plataforma.videobrasil.org.br há parte do acervo do Videobrasil e espaço para discussões e comentários.

Confira a grade completa do 18º Festival.