Dilma recebe restos mortais de Jango com honras de Estado 

A presidenta Dilma Rousseff participa, nesta quinta-feira (14), de solenidade de recepção dos restos mortais do ex-presidente João Goulart. A cerimônia está prevista para as 12 horas, na Base Aérea de Brasília, e deve contar com a presença de familiares de Jango, como João Goulart era conhecido.

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A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira, em sua conta no Twitter, que a solenidade de honra ao ex-presidente João Goulart é uma afirmação da democracia no Brasil, que se consolida com este gesto histórico. Jango receberá honras de chefe de Estado durante cerimônia na Base Aérea.

“Hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstância ainda a serem esclarecidas por exames periciais. Junto comigo estarão ex-presidentes da República, o presidente do Senado e políticos de todas as vertentes. Este é um gesto do Estado brasileiro para homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória. Essa cerimônia que o Estado brasileiro promove hoje com a memória de João Goulart é uma afirmação da nossa democracia. Uma democracia que se consolida com este gesto histórico”, disse.

Durante a solenidade, o governo federal concederá as devidas honras de Chefe de Estado a João Goulart. Essa será uma forma de homenagear o ex-presidente que, na época, não contou com esse ritual concedido aos chefes da Nação.

Os restos mortais de João Goulart foram exumados em São Borja (RS) para serem submetidos a exames e perícias para constatar a causa da morte do ex-presidente. O processo de exumação teve início em 2007, foi solicitado pela família à Comissão da Verdade, diante de declarações de um ex-agente da repressão da ditadura uruguaia, segundo o qual Jango teria sido envenenado.

João Belchior Marques Goulart nasceu em 1º de março de 1919, em São Borja (RS). Popularmente conhecido como Jango, foi deputado estadual (RS), deputado federal, Secretário de Estado de Interior e Justiça (RS) e Ministro do Trabalho. Foi eleito duas vezes vice-presidente da República (1955 e 1960).

Em agosto de 1961, Jango tornou-se Presidente da República, cargo que ocupou até 31 de março de 1964, data do golpe de Estado. Após ser deposto, refugiou-se em seu estado natal, Rio Grande do Sul, e depois partiu para o exílio no Uruguai e na Argentina. Jango é o único presidente brasileiro que morreu no exílio. O seu corpo estava sepultado em São Borja (RS), na fronteira do Brasil com a Argentina.

Da Redação em Brasília
Com Blog do Planalto