Em bilhete, Genoino, Dirceu e Delúbio agradecem 'solidariedade'

José Genoino, Delúbio Soares e José Dirceu, presos em Brasília após a condenação da Ação Penal 470, enviaram nesta terça-feira (19), um bilhete aos militantes do PT e às forças de esquerdas que se uniram para denunciar o abuso e a arbitrariedade de suas prisões. O bilhete, assinado pelos três, agradece o apoio e "solidariedade política" dos manifestantes e dizem ainda que não aceitam "humilhação".

Escrito em frente e verso, o recado foi entregue aos militantes por um dos advogados de Delúbio, Luiz Egami.

Nessa segunda-feira (18) o diretório nacional do PT emitiu nota em que classificou como "arbitrária" e "casuísmo jurídico" a prisão dos condenados na Ação Penal 470 – conhecida por setores conservadores da mídia brasileira como 'mensalão' – sem que todos os recursos tenham sido julgados.

Dirceu, Delúbio e Genoino se entregaram à Polícia Federal na sexta-feira, 15, e nessa segunda foram transferidos para o regime semiaberto de prisão.

Leia a íntegra do bilhete:

Companheiros e companheiras, a ação de vocês nos sustenta muito, nos alimenta, é a solidariedade política, valor essencial da esquerda. O nosso agradecimento é a luta. Queremos o respeito à lei, não aceitamos humilhação. Preferimos o risco e a dignidade da luta. Com gratidão e muitos abraços e beijos, Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares.

Em mensagem aos delegados que paticiparam em São Paulo, do 13º Congresso do PCdoB, na quinta-feira (14), o presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, afirmou que PCdoB não considera que as condenações dos réus, baseadas na tese da presunção da culpa – através da adoção da ‘teoria do domínio funcional do fato’ – estejam fazendo a tão propalada justiça.

“No dia de hoje, reiteramos a posição que tomamos em dezembro de 2012. Aliás, além do PT, entre os partidos, apenas o PCdoB se pronunciou oficialmente sobre este processo. Este julgamento, desde o seu fato desencadeador, foi eminentemente político com o fito de desestabilizar o ciclo progressista iniciado em 2003. O processo tramitou sobre forte pressão midiática, que a priori execrou e condenou os acusados, independentemente de provas.”

Da redação,
com informações do Estadão