Londres permitiu à NSA espionar cidadãos britânicos

O Reino Unido permitiu à Agência Nacional de Segurança estadunidense (NSA) a coletar dados pela Internet, chamadas telefônicas e correios eletrônicos de cidadãos britânicos, denunciou a imprensa local nesta quinta-feira (21).

Baseados no vazamento de informações feito pelo ex-analista da NSA, Edward Snowden, o jornal The Guardian e a emissora de televisão Chanel 4 referiram-se a um documento de maio de 2007, no qual Londres realiza uma mudança de política para permitir à NSA esse tipo de espionagem.

A chancelaria britânica recusou-se a comentar a informação, que qualificou como "especulação", em referência aos fatos revelados por The Guardian.

O texto de 2007 assinala que a segurança norte-americana podia acessar os citados dados, recolhidos inicialmente para fins de inteligência, mas que nesta ocasião se trata de cidadãos comuns, sem estarem necessariamente envolvidos em atos de violência.

Tal prática implicou uma mudança de política nos acordos existentes há sete décadas entre Washington e Londres para evitar ações de espionagem entre ambas nações.

Além disso, as práticas da NSA deixaram para trás um acordo existente entre Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia para nunca realizarem trabalhos de inteligência entre eles.

As revelações de Snowden puseram em dúvida a suposta confiança e cooperação entre aliados ocidentais, depois de conhecer-se que a NSA espionou milhões de telefonemas, inclusive de 35 estadistas no mundo.

O também ex-técnico da Agência Central de Inteligência viajou, em junho passado, de Hong Kong a Moscou, onde um mês depois recebeu asilo temporário, sob a condição de não revelar mais nenhum segredo sobre as práticas da inteligência estadunidense.

No entanto, antes de viajar à capital russa, Snowden havia entregue centenas de documentos a vários meios de imprensa para sua publicação, entre eles o The Guardian.

As autoridades britânicas abriram uma investigação, por solicitação de deputados conservadores, para determinar se o citado jornal violou em algum momento aspectos da segurança nacional ao publicar as revelações do especialista estadunidense de 27 anos.

Fonte: Prensa Latina