Devolução de mandato a Jango é remarcada para próxima quarta 

A sessão solene do Congresso Nacional destinada a devolver simbolicamente o mandato presidencial a João Goulart (1919-1976) foi remarcada para a próxima quarta-feira (18), às 15h. Um golpe de Estado depôs Jango em 1964, dando início a ditadura militar, que durou até 1985. A sessão, que seria realizada na quarta-feira (11) foi cancelada porque a família do ex-presidente não conseguiu viajar para Brasília, em razão de fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro.  

Deputados e senadores aprovaram, no mês passado, o projeto que anulou a sessão do Congresso de 2 de abril de 1964, em que foi declarada vaga a Presidência da República, então ocupada por João Goulart. O argumento usado à época foi que João Goulart havia fugido do Brasil.

Os autores do projeto, senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP), ressaltaram que a vacância não poderia ter sido declarada, uma vez que Goulart estava em solo brasileiro, e não no exterior. Pedro Simon informou que estava com Jango – como era chamado o presidente – naquela noite, na cidade de Porto Alegre (RS).

Goulart morreu em 1976, durante exílio na Argentina. Os restos mortais do ex-presidente foram levados de volta para São Borja (RS) nesta sexta-feira (6), após terem sido trazidos para Brasília para exames no Instituto Nacional de Criminalística (INC) do Departamento da Polícia Federal.

O objetivo do exame foi esclarecer se o ex-presidente foi vítima de um ataque cardíaco ou se foi assassinado pela ditadura militar. O exame foi solicitado pela família de João Goulart a partir de declaração de um ex-agente da repressão uruguaia de que Jango havia sido envenenado.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara