FGV inaugura no Rio torre de 19 andares projetado por Niemeyer

A Fundação Getulio Vargas realizou nesta segunda-feira (16), a inauguração da Torre Oscar Niemeyer – edifício que faz parte do seu complexo cultural e educacional, situado na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro. O projeto do complexo foi idealizado por Oscar Niemeyer na década de 1950 e esta é a primeira das obras do arquiteto inaugurada após sua morte.

O prédio terá um pavimento comum, com restaurante para uso exclusivo do prédio e salas para reuniões e eventos, com varanda coberta
Foto: Américo Vermelho / Divulgação

O novo conjunto – construído pela Carioca Engenharia – foi modificado para atender aos propósitos da Fundação nos dias de hoje e traz benefícios que extrapolam a área de atuação da FGV, permitindo a ampliação de bens públicos oferecidos pela instituição e a modernização do bairro de Botafogo. “Ele vai congregar um número expressivo de atividades não só no campo educacional, mas também nos campos cultural e empresarial”, destaca o presidente da Fundação, Carlos Ivan Simonsen Leal.

Os números impressionam. São quase 45 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de praticamente 9 mil metros quadrados. O volume de concreto utilizado é o equivalente a 800 caminhões betoneira, e as obras chegaram a contar com até 619 operários trabalhando simultaneamente, sem acidentes durante os três anos em que o complexo foi construído. A torre, de 19 andares, possui 92,21 metros de altura, e dois subsolos de garagem que comportam 500 carros. E oito elevadores inteligentes farão o transporte da população fixa prevista para o prédio – de 2,5 mil pessoas por dia.

A cerimônia

A cerimônia de inauguração das novas instalações da FGV foi também uma homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer, que completaria ontem seu 106 º aniversário. “Estou muito contente e emocionado, pois finalmente inauguramos esse prédio, que está lindo”, disse o sobrinho de Oscar e arquiteto responsável pela construção, João Niemeyer.

Primeiro a prestar as homenagens, João Niemeyer ressaltou a longa e estreita relação entre seu tio e a Fundação. “A construção do conjunto aprofundou essa amizade”, contou, e lembrou que a passagem do tempo entre o projeto inicial e sua execução beneficiou o produto final. “O prédio possui uma tecnologia de ponta, em automação e sustentabilidade”. O arquiteto agradeceu ainda a todos envolvidos na construção, à prefeitura do Rio, às artistas cujas obras fazem parte da coleção especialmente escolhida para ornar o complexo, e à presidência da Fundação. “É muito bom trabalhar com pessoas que querem sempre o melhor”, elogiou.

Em seguida, o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, traçou uma breve trajetória da Fundação. Ele falou sobre sua origem durante o governo de Vargas, em 1944, passando por seu primeiro presidente e criador, Luís Simões Lopes, e pelo convite para que Oscar Niemeyer projetasse suas instalações – que se expandiam junto ao crescimento de suas atividades e de sua relevância para o Brasil. “Oscar, além de ter projetado Brasília, era muito amigo do Dr. Simões e de Dr. Flôres, segundo presidente da FGV”, revelou.
Simonsen Leal comentou a inovação de engenharia que a proposta apresentava já naquela época. “A sede ficou pronta em 1968 e representava um desafio estrutural com seus pilares em V. E são eles nosso símbolo desde então”. E rememorou, ainda, os 45 anos que se passaram da realização do projeto aos dias de hoje, quando ficou completo. “Não foram tempos fáceis para o Brasil, e tampouco foi fácil para nós tirar o projeto do papel”.

Segundo o presidente da Fundação, a inauguração da Torre e do complexo possui vários significados. “O dia de hoje representa uma conquista, uma possibilidade de evolução da FGV e para a localidade onde estamos inseridos, o bairro de Botafogo”, salientou. Simonsen Leal disse, também, que essa vitória é fruto de um trabalho conjunto, citando o arquiteto Oscar Niemeyer, seu sobrinho, o ex-prefeito Luís Paulo Conde, o hoje vice-prefeito Adilson Pires, e todos envolvidos diretamente ou indiretamente na construção, como a Carioca Engenharia e os funcionários da FGV, e todos os presidentes que já teve.

Agradecimento especial foi dedicado ao vice-presidente da FGV Sergio Quintella. “Todo grande time possui um grande líder. E este líder é o Dr. Sergio Quintella, que também construiu e a usina de Itaipu e a Ponte Rio Niterói”, afirmou Simonsen Leal.

Ao final, ocorreu o descerramento da placa de inaguração – realizado por Simonsen Leal e pela viúva de Oscar, Vera Lúcia Guimarães Niemeyer.

Fonte: FGV