Jandira Feghali: O tamanho da política

A política se despede de 2013 maior do que entrou. Vislumbra o fim do ano cercada de feitos que arcarão avida de todos nós, seja na esfera social, econômica ou dos direitos cidadãos, humanos e culturais. Numa retrospectiva permeada de altos e baixos, os poderes instituídos de nossa República se valem da maior lição aprendida em curso: a do povo.

Não foi apenas uma ou duas vozes, mas milhares. Entoando gritos por todas as demandas históricas, o próprio povo se prevaleceu da máxima que o seu desejo é o bem maior numa democracia. E é mesmo. Percorreram o asfalto de várias cidades e capitais brasileiras exigindo melhorias nas questões mais fundamentais da sociedade – uma dívida antiga, sendo cobrada de forma legítima.

 
Do aumento na tarifa de ônibus dos aparentes e meros 20 centavos, passando pelo polêmico projeto "Cura Gay", a política se viu contra a parede, lembrando das mensagens milenares de Aristóteles: “Todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem”. Foi definitivamente um aceno positivo e incisivo do povo sobre a política, elevando e qualificando o debate de ideias e os rumos de nossa nação.
 
Derrotou-se a PEC 37 no Congresso Nacional, destinaram-se royalties para Educação e Saúde, criou-se um programa voltado para a saúde dos mais carentes na esfera do Executivo, e a urgente reforma política virou pauta nas manchetes diárias. Vivemos tempos em que, pela primeira vez, a democratização da mídia ganha corpo único, através de intensa mobilização popular. Serão passos de uma mudança próxima?
 
Tudo leva a crer que sim.
 
São muitos os legados deixados e muitos os avanços dados na política. Seria impossível listar os inúmeros projetos, de diferentes proporções e importâncias, que saíram do papel ou do ostracismo para o protagonismo político. Seguimos entendendo que a política é ainda fruto da maior relação social que existe na humanidade, levando benefícios a toda uma comunidade.
 
E, desta forma, avistamos 2014 logo ali, em poucos dias. Escrevo numa semana em que, mais do que a alegria e a felicidade características da época, tem a marca do desejo. Há de se ter desejo pelo progresso, com ideias que apontem a todo custo o desenvolvimento de toda nossa população, sem segregar, excluir ou marginalizar. Degrau por degrau, todos juntos. A política precisa continuar neste rumo para que chegue ao fim do próximo ano não maior.
 
E, sim, gigante.
 
Boas festas!