China critica recusa do Japão em se redimir por crimes de guerra

O chefe da missão diplomática da China na União Europeia, embaixador Wu Hailong, publicou um artigo na revista Nova Europa. O diplomata chinês aponta que 43 anos atrás, o então chanceler alemão Willy Brandt se ajoelhou no monumento em homenagem aos judeus vítimas durante a Segunda Guerra Mundial em Varsóvia. Consequentemente, a Alemanha conseguiu se levantar no palco mundial. Se Shinzo Abe não puder encarar nem respeitar a história, o Japão continuará ajoelhado no banco dos réus, diz o texto.

Shinzo Abe no santuário de Yasukuni - Toru Yamanaka / AFP

O embaixador chinês assinala que, depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha abandonou definitiva e firmemente o nazismo e fez uma retrospecção sobre as questões históricas, o que constituiu um importante fator para a paz e estabilidade da Europa.

Entretanto, durante os últimos 70 anos, “o Japão não conseguiu curar os ferimentos do povo asiático sofridos durante a guerra de invasão” por suas próprias ações. Até hoje, o Santuário Yasukuni ainda homenageia 14 criminosos de guerra classe A, todos iniciadores e comandantes da guerra de invasão, afirma o diplomata.

O santuário é consensualmente considerado controverso pela homenagem que faz a indivíduos com papel preponderante em episódios extremos da atuação japonesa na Segunda Guerra, da qual a China foi uma das grandes vítimas, junto com a Coreia do Sul. Ainda assim, nesta quarta-feira (1º/01), ministro da Informação do Japão repetiu uma visita ao local feita dias antes pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe.

Tanto a China como a Coreia do Sul, países que sofreram com a colonização japonesa, qualificaram a visita de Abe ao santuário símbolo do colonialismo e militarismo japonês como "lamentável" e "ofensiva". A visita de Abe a Yasukuni foi a primeira de um chefe de Governo desde 2006 ao santuário que presta homenagem aos milhões de caídos do Exército Imperial Japonês, entre 1853 e 1945, inclusive 14 criminosos de guerra.

O ministro do Interior, Yoshitaka Shindo, conhecido por seus duros posicionamentos nos conflitos territoriais do Japão com seus vizinhos, já visitou o santuário em outubro passado por causa do Festival de Outono.

Com informações da Rádio China Internacional
Da redação do Vermelho