Estimável público, está no ar mais um Big Brother Brasil!

Um festival de peitos, glúteos, tríceps, bíceps e outras tantas “peças” em exposição. Assim defino um dos programas mais sensacionalistas da TV brasileira: o Big Brother Brasil. Há mais de uma década, o programa que vai ao ar na rede Globo, tornou-se uma vitrine grotesca de corpos, intrigas e brigas, onde a cada ano, fica evidente o “teatro” armado por trás do que costumam chamar de reality show.

Por Igor Augusto*, UJS

Quando chamo de vitrine, não me refiro apenas a estadia dos participantes na casa. A “Casa de Vidro” montada em alguns shoppings é o melhor exemplo para ilustrar o caráter de exposição excessiva do programa. Além de ter a privacidade invadida por 24h sem interrupção, alguns participantes ainda ficam expostos por dias em um cubículo de vidro em meio a dezenas de pessoas que a toda hora passam, tiram fotos e observaram o comportamento de cada “jogador”. É como colocar corpos humanos à venda. É como se aqueles corpos servissem para dizer “Estimável público, venham, apreciem a nossa atração de hoje!”.

Na TV o “espetáculo” não é diferente. A escolha do “líder” e o “paredão” engrossam o Circo de Horrores por trás do programa. O candidato entra em uma sala chama de confessionário para dar seu voto a um participante. É como se estivesse em frente a um delegado de polícia, porém, expõe-se a milhões de brasileiros atentos ao “show”. As provas são o “2º ato”. As piores são aquelas que exigem o esforço físico e mental do participante, as “de resistência”. Humilhantes, devo dizer.

O ato final são as brigas e discussões que prendem ainda mais o público mecânico à TV. O mais interessante é que elas quase sempre acontecem depois das festas temáticas que acontecem dentro da casa. Sem contar nas eliminações onde de forma teatral, todos choram, se emocionam, gritam… Essa é parte onde a plateia se emociona também e até se comove com a cena.

Há mais de 10 anos o espetáculo se repete. Há mais de 10 anos a Rede Globo faz aquilo que faz de mais importante: tornar um público alienado, sem capacidade de opinião e é claro, fiel ao seu circo de horrores.

Advertência: o excesso de aspas foi inteiramente proposital. Bem vindos ao “espetáculo grotesco” do Big Brother Brasil!

*Igor Augusto é secretário estadual de Formação da UJS/Pará e dirigente do PCdoB Belém.