Estudantes são presos durante protesto pacífico em Brasília

Mais uma vez a educação foi tratada como caso de polícia. Desta vez, o lamentável ocorrido se deu na capital Brasília, em frente ao Palácio do Planalto, sede do governo federal. Cerca de 20 jovens, entre diretores da UNE e da UEE-RJ e estudantes da Gama Filho, estavam acampados no gramado desde terça para reivindicar uma solução além do descredenciamento das duas universidades e pediam uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff.

Igor - Agência Brasil

Mais uma vez a educação foi tratada como caso de polícia. Desta vez, o lamentável ocorrido se deu na capital Brasília, em frente ao Palácio do Planalto, sede do governo federal. Cerca de 20 jovens, entre diretores da UNE e da UEE-RJ e estudantes da Gama Filho, estavam acampados no gramado desde terça para reivindicar uma solução além do descredenciamento das duas universidades e pediam uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff.

Na noite da segunda-feira, por volta das 19h, um grupo da Polícia Legislativa do Senado abordou os estudantes e disse que eles tinha meia hora para descaracterizar o acampamento, já que ali era uma área proibida para este tipo de manifestação. “Perguntamos se o problema eram as barracas. Os policias disseram que sim. Então, desarmamos as barracas. Mas aí chegou a polícia militar do governo do Distrito Federal, armada com fuzis à mostra e começaram uma ação com violência desproporcional”, relata o diretor da UNE, Mateus Weber.

Nem as mulheres a polícia respeitou

Os policiais não respeitaram nem as mulheres. “Puxaram pelo braço, empurraram, deram cotoveladas, gritavam que estávamos todos sendo presos”, conta a diretora do DCA da Gama Filho, Ana Flávia Hissa. Ela e outras mulheres foram alvos de spray de pimenta e xingamentos. “Gritavam que éramos vagabundas”, conta. Os policias até ressuscitaram o cadáver da ditadura militar, soltando frases como “era melhor na época do choque”.

Os 13 estudantes presos, 6 homens e 7 mulheres, foram colocados dentro de um ônibus da polícia. Mesmo com os jovens agindo pacificamente e já rendidos, os policiais tornaram a jogar spray de pimenta, desta vez, dentro do ônibus. Por volta das 21h, todos foram encaminhados para a sede da Polícia do Senado, que fica dentro do Congresso Nacional. Lá, as intimidações continuaram. “O delegado estava extremamente exaltado, queria impedir o exercício do trabalho dos advogados que foram nos ajudar e batia a mão na mesa nervoso, tentando nos intimidar”, lembra Ana. Os estudantes tiveram que dar depoimentos, individualmente e só foram liberados em torno das 3h

Hoje será maior

“O sentimento que fica é de revolta. Nosso acampamento é legítimo e pacífico. O que queremos é uma solução para o caso da Gama Filho e da UniverCidade. Tudo isso comprova que o modelo falido que esses grupos econômicos impuseram ao ensino com a lógica de que educação é mercadoria”, ressalta Mateus.

Ana compartilha do mesmo sentimento de revolta. Ela está a mais de 15 dias em Brasília, desde a ocupação do MEC em 7 de janeiro, com um único objetivo: “Quero uma solução que seja viável não só para mim como para todos os estudantes da Gama Filho e da UniverCidade. Nossa luta é legítima e usar a polícia contra a gente é uma afronta aos nossos direitos”, desabafa.

Os estudantes do Rio de Janeiro convocaram para esta terça-feira (21/01), às 17h, um grande ato contra o descredenciamento e pela federalização das duas universidades. A concentração será na Candelária. De lá, devem marchar até a porta da Prefeitura. São esperadas mais de 10 mil pessoas.

Fonte: União Nacional dos Estudantes