Brasileiro Moniz Bandeira indicado ao prêmio Nobel de literatura

A União Brasileira de Escritores (UBE) acaba de indicar o nome do cientista político Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira para o Prêmio Nobel de Literatura da Real Academia Sueca.

Por Joaquim Maria Botelho* 


Moniz Bandeira é indicado ao prêmio Nobel de Literatura

A indicação atendeu a um convite direto do Comitê do Prêmio Nobel à entidade sediada em São Paulo e que congrega 1.500 escritores de todo o país (em sua história, desde a fundação, em 1958, por figuras como Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Marcos Rey e Lygia Fagundes Telles, entre outros, a UBE já contou com mais de 4.300 associados). Segundo o regulamento do Prêmio Nobel, podem fazer indicações “presidentes de sociedades de autores que sejam representativas da produção literária em seus respectivos países”.

Outra entidade brasileira, a Academia de Letras de Minas Gerais, também apoiou a indicação do nome de Moniz Bandeira e oficializou indicação.

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira é cônsul honorário do Brasil na cidade alemã de Heidelberg. Autor de mais de 20 obras, notadamente ensaios políticos, também é poeta consagrado, com três livros saudados pela crítica: Verticais, de 1956, Retrato e Tempo, de 1960, e Poética (2009).

Vários de seus livros são adotados pelo Itamaraty, no curso de formação de diplomatas. Entre eles “Formação do Império Americano – da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque”, livro com o qual foi reconhecido, em 2005, como Intelectual do Ano, merecendo o troféu Juca Pato, da mesma UBE. Mais de oito anos atrás, Moniz Bandeira já denunciava nesse trabalho a espionagem praticada pelas agências de segurança norte-americanas em diversos países. Este livro foi traduzido para o mandarim e publicado na China, e também traduzido para o espanhol e publicado na Argentina.

Seu livro mais recente, publicado em 2013, é “A Segunda Guerra Fria” que trata da geopolítica e da dimensão estratégica dos Estados Unidos nas rebeliões da Eurásia e nos movimentos da África do Norte e Oriente Médio.

Escreve Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário-executivo do Ministério das Relações Exteriores e ex-Alto Comissário do Mercosul, no prefácio dessa obra: “Importante contribuição da obra de Moniz Bandeira é a revelação documentada de que as revoltas da Primavera Árabe não foram nem espontâneas e ainda menos democráticas, mas que nelas tiveram papel fundamental os Estados Unidos, nas promoção da agitação e da subversão, por meio de envio de armas e de pessoal, direta ou indiretamente, através do Qatar e da Arábia Saudita.”

O livro “A Segunda Guerra Fria” foi escrito entre março e novembro de 2012, praticamente acompanhando no tempo os acontecimentos recentes mais significativos. Outros ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura foram escolhidos por obras que versavam sobre a história de seu tempo, entre eles Theodor Mommsen, Sigrid Undset, Pearl S. Buck e Winston Churchill.

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, caso seja selecionado pelo Comitê do Prêmio Nobel, em outubro de 2014, será o primeiro brasileiro laureado com o mais importante prêmio mundial da Literatura.

*Joaquim Maria Botelho é presidente da UBE