Dilma Rousseff chega a Havana para participar da reunião da Celac

A presidenta Dilma Rousseff chegou a Havana, Cuba, na tarde deste domingo (26), onde inaugura, ao lado de Raúl Castro, a primeira fase da obra do Porto de Mariel (financiada com recursos do Brasil) e participa da 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Na chegada ao hotel, a presidenta foi recebida por dois estudantes brasileiros da Escola Latino-Americana de Medicina (Elam). 

Dilma Rousseff chega a Havana para participar da reunião da Celac

A mandatária brasileira se reúne nesta segunda-feira (27) com seu homólogo cubano, Raúl Castro, para falar de trabalho. A ampliação do porto cubano de Mariel, localizado a 45 quilômetros a oeste de Havana, é considerada uma obra emblemática da colaboração entre Cuba e Brasil.

O projeto, iniciado em 2010, é executado pela construtora brasileira Odebrecht e conta com um financiamento de US$ 682 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo a maior parte do investimento total previsto, de US$ 957 milhões.

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Com o porto, indústrias brasileiras poderão se instalar na ilha, gerando empregos para a mão de obra local e aproveitando os incentivos cubanos para produzir e exportar a partir da ilha.
Dilma e Castro também devem falar sobre comércio bilateral, que, segundo dados oficiais brasileiros, saltou de US$ 91,99 milhões em 2003 para US$ 624,79 milhões em 2013. Os principais produtos que o Brasil exporta para Cuba são óleo de soja, arroz e milho.

Mais Médicos

Os estudantes de medicina que recepcionaram a presidenta do Brasil no hotel, representam um grupo de 350 pessoas que se forma este semestre e pretende atuar no Brasil pelo Programa Mais Médicos.

Na reunião de trabalho com Raúl, Dilma "examinará os principais temas da agenda bilateral e regional", segundo o comunicado do Ministério das Relações Exteriores. Entre eles destaca-se o acordo que permitiu a chegada ao Brasil de 5,4 mil médicos cubanos para trabalhar em áreas isoladas e pobres dentro do Programa Mais Médicos. O objetivo é contratar 12.996 médicos até março e enviá-los a municípios sem atendimento de saúde, para dar assistência a 22,7 milhões de pessoas.

Wellington Pedro de Sousa cursa o sexto ano da faculdade de Medicina. Ele era morador de Heliópolis, a maior favela de São Paulo e viu na Elam uma oportunidade de se tornar médico. “Em 2007 surgiu uma oportunidade de vir estudar em Cuba. Aqui em Cuba a gente estuda uma Medicina que é preventiva e totalmente voltada para o atendimento à população. Agora a gente tem expectativa de voltar para o nosso país e poder trabalhar na área de saúde preventiva através do Mais Médicos, que é um ótimo projeto também porque atende a necessidade das comunidades mais carentes, que é de onde a gente vem”, disse ele.

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Maria de Fátima Mendonça Santos, que é de Sergipe, também cursa o sexto ano de Medicina na Elam. Ela entregou rosas à presidenta e também uma carta solicitando uma reunião com representantes do grupo de estudantes brasileiros. “Cuba nos capacita com a melhor medicina que existe aqui, uma medicina voltada para o lado humanista. Nós solicitamos [à presidenta] um encontro para falarmos um pouco da nossa chegada e da nossa inserção no Mais Médicos. E agradecemos, presidenta, a sua coragem.”

Segundo porta-vozes da presidência brasileira, a visita de Dilma a Cuba inclui encontros privados, e não se descarta a possibilidade de ela conversar pessoalmente com o líder Fidel Castro.

Celac

Criada oficialmente em 2011, a comunidade visa ao diálogo político e à cooperação de todos os 33 países da América Latina e do Caribe. Esta é a segunda cúpula do órgão e vai tratar de temas como a luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades na região. O Chile foi a sede do primeiro encontro da Celac no ano passado.

Acompanhe aqui a cobertura completa do Vermelho sobre a Celac

A 2ª Cúpula deve receber ainda o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza. É a primeira vez que uma autoridade dessa entidade visita Cuba depois de sua expulsão do organismo em 1962. Apesar da expectativa sobre a presença de Insulza, os representantes cubanos reiteraram que não há nenhuma possibilidade de que o país volte a integrar a OEA.

Durante a cúpula, a presidência pro tempore da organização será repassada por Cuba à Costa Rica.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da Opera Mundi e Blog do Planalto