Museu da República Honestino Guimarães no DF será da União

Publicada no Diário Oficial do Distrito Federal da última segunda-feira (27), a Lei 5.293, de 24 de janeiro de 2014, que autoriza a cessão para a União do Museu da República Honestino Guimarães, que integra complexo cultural localizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Honestino GUimarães

De acordo com a lei, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), será responsável pela administração do museu por um prazo de 10 anos, podendo ser prorrogado por autorização legislativa.

O processo de transição da gestão será feito com a participação do Governo do Distrito Federal (GDF), de modo a manter o espaço de exposições temporárias e preservar o atual acervo da instituição. A transferência definitiva se dará após celebração de termo de cessão entre a União e o GDF, seguindo o que determina a lei.

Acervos federais

Está prevista a criação de um grupo de trabalho conjunto para garantir o funcionamento e continuidade das ações programadas pelo museu durante o processo de transição, que será acordado entre as partes. Durante o período da gestão compartilhada, os servidores atuais do espaço cultural deverão ser mantidos pelo GDF.

O objetivo da cessão do museu à União é dar maior acesso ao público a obras de arte, presentes em acervos passíveis de musealização, que são de propriedade de órgãos da Administração Direta e Indireta da União. Nestes termos, o MinC, por intermédio do Ibram, deverá fazer um levantamento dos acervos pertencentes aos órgãos federais para que venham a integrar a programação expositiva do museu.

Em paralelo, o Ibram prepara Projeto de Lei, a ser enviado à Câmara dos Deputados, criando o Museu Nacional de Brasília. O projeto visa dar estrutura ao museu, bem como criar cargos efetivos para o seu corpo técnico.

Quem foi Honestino Guimarães


Honestino Monteiro Guimarães nasceu em 28 de março de 1947 em Itaberaí, pequena cidade de Goiás. Em 1960 a família mudou-se para Brasília, atraída pelas oportunidades que a nova capital oferecia. Na política estudantil, sua liderança logo se revelou. Era muito querido e respeitado pelos estudantes da UnB. Mas ações como pichar muros, participar de manifestações e distribuir panfletos contra o governo resultaram em prisões – a primeira em fevereiro de 1966, durante uma greve; em fevereiro de 1967 fazendo pichações; em abril de 1967, durante manifestação na Biblioteca Central da UnB. Em agosto de 1967, na prisão pela quarta vez, foi eleito presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília (Feub). Por sua atuação no movimento estudantil, Honestino passou a ser perseguido pelos órgãos de repressão política.

Honestino Guimarães foi raptado por agentes das forças opressoras no Rio de Janeiro no dia 10 de outubro de 1973, e, supostamente, levado para o Centro de Informações da Marinha (Cenimar). E continua desaparecidol. Ho nestino, que sempre se destacou como liderança estudantil na luta por melhorias, pela democratização da educação brasileira, e contra a ditadura militar, foi eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1969.

Somente no dia 12 de março de 1996 teve seu óbito oficialmente reconhecido, sendo laureado pela UnB no ano seguinte com o Mérito Universitário.

Em sua homenagem, a principal organização estudantil da Universidade de Brasília se chama Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães. Também em sua homenagem, o Grêmio Estudantil do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, onde estudou, e o centro acadêmico do curso de Geologia da Universidade Federal do Ceará levam seu nome.

Da redação
Com informações da Ascom / MinC