China denuncia posse de materiais nucleares bélicos pelo Japão

A porta-voz da Chancelaria chinesa, Hua Chunying disse, nesta segunda-feira (17), em Pequim, que a China está atenta ao fato de o Japão possuir materiais suficientes para a produção de armas nucleares. “O grande estoque de materiais nucleares do Japão, inclusive de substâncias de nível bélico, envolve a segurança nuclear e riscos à não proliferação”, disse Hua a uma coletiva de imprensa.

Conferência sobre Segurança Nuclear - Nuclear Security Summit

Os Estados Unidos forneceram ao Japão 331 quilos de plutônio altamente concentrado durante a chamada Guerra Fria, segundo uma reportagem da agência japonesa de notícias Kyodo, de janeiro.

O material, armazenado pela agência de energia atômica do país, é suficiente para a produção de 40 a 50 armas nucleares; o Japão possui ainda outras 44 toneladas de plutônio que podem ser usadas em reatores nucleares, informou a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores.

De acordo com o jornal China Daily, os Estados Unidos vêm pedindo ao Japão que devolva o estoque de plutônio desde 2010, quando houve a primeira Conferência sobre Segurança Nuclear.

Os dois devem chegar a um acordo sobre o processo na terceira conferência, na Holanda, em março, já que as autoridades japonesas disseram, em janeiro, após um período de resistência, que aceitariam devolver.

Hua Chunying disse que a posse de material nuclear de nível bélico pelo Japão é uma ameaça potencial para a segurança da região. Ela reafirmou que, como um país signatário do Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares, o Japão deve cumprir seus deveres.

A porta-voz lembrou ainda que a situação é contrária às regulações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que exige aos países um equilíbrio entre a demanda e o fornecimento de materiais nucleares, com o objetivo de garantir que sejam direcionados apenas a fins civis e pacíficos.

“O fato de o Japão estar evitando devolver os materiais nucleares causa preocupação internacional. A China está profundamente alarmada e espera uma explicação,” disse Hua. “Também urgimos o Japão a consertar o desequilíbrio entre a sua necessidade e o seu estoque de materiais nucleares, de acordo com as exigências da AIEA,” concluiu.

Segundo seu portal oficial, a Conferência sobre Segurança Nuclear tem como objetivo impedir o terrorismo nuclear em todo o globo. Sua terceira edição será realizada em março, na Holanda, com base no Comunicado de Seul (emitido na segunda edição, realizada na Coreia do Sul) e no Plano de Trabalho de Washington, sobre medidas e pontos de ação para a segurança nuclear global.

Da redação do Vermelho,
Com informações do China Daily