Mercado prevê inflação de 5,93% este ano

O humor do mercado muda a cada semana. Agora, os investidores e analistas estimam elevação da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 5,93% neste ano ante a queda para 5,89% da previsão anterior. Os números estão no boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central.

A perspectiva para o câmbio voltou a subir também e passou de R$ 2,47 para R$ 2,48 em dezembro. Para a taxa básica de juros a previsão foi mantida em 11,25% no fim do ano.

O crescimento da economia, na visão do mercado financeiro, permanece em queda e a expectativa é que o ano feche com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo apenas 1,79% ante a estimativa de 1,9% do levantamento anterior, com o crescimento da Produção Industrial em 1,93%.

No setor externo, os números mostram que houve um aumento para US$ 73 bilhões para US$ 74,6 bilhões no déficit em conta corrente, contribuindo para esse resultado a redução do saldo previsto da balança comercial de US$ 7,9 bilhões. A previsão era US$ 8,01, na estimativa anterior. Melhorou a confiança dos aplicadores de capital de risco, já que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) tiveram as estimativas elevadas de US$ 57,5 bilhões para US$ 58 bilhões.

Os preços administrados, insensíveis às condições de oferta e de demanda de mercado – uma vez que são estabelecidos por contrato ou por órgão público -, devem subir de 4,03% para 4,06%, segundo as estimativas.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta de 0,78%, na segunda prévia de fevereiro. O resultado é 0,18 ponto percentual menor do que a medição passada (0,96%). Seis dos oito grupos pesquisados apresentaram decréscimo com destaque para educação, leitura e recreação – alta de 2,47%, na segunda semana do mês, ante 3,71%, na primeira.

A apuração feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra um avanço em ritmo maior no grupo saúde e cuidados pessoais (de 0,58% para 0,63%) sob a pressão dos artigos de higiene pessoal que ficaram em média 0,86% mais caros, ante alta de 0,44%. No período também diminuiu a intensidade de queda no grupo vestuário (de -0,25% para -0,15%) provocada pelo reajuste de preços dos calçados (de 0,25% para 0,72%).

Nos demais grupos foram registradas as seguintes oscilações: alimentação (de 0,86% para 0,58%); habitação (de 0,84% para 0,78%); despesas diversas (de 3,14% para 2,79%); transportes (de 0,52% para 0,50%) e comunicação (de 0,18% para 0,16%).

Os cinco itens com maior influência positiva sobre o índice foram: os cigarros (de 6,28% para 5,63%); refeições em bares e restaurantes (de 0,99% para 1,01%); empregada doméstica mensalista (de 2,07% para 2,10%); curso de ensino superior (de 6,11% para 3,27%) e curso de ensino fundamental (de 7,17% para 4%).

Fonte: Agência Brasil