Em encontro com Papa, Dilma deve reforçar convite para a Copa

A presidenta Dilma Rousseff chegou a Roma no início da manhã desta sexta-feira (20) e confirmou que vai mesmo convidar o papa Francisco para ir ao Brasil ver a abertura da Copa, em São Paulo, ou assistir algum jogo da Argentina.

A presidenta Dilma Rousseff se reunirá em encontro privado com o Papa Francisco, em Roma

Segundo a imprensa, Dilma deve reforçar a ideia de que o Mundial deste ano realize uma grande campanha contra todos os tipos de discriminação – não apenas o racismo – durante os 30 dias de Copa no Brasil.

Além do encontro com o papa Francisco, previsto para a tarde desta sexta-feira (21) como forma de retribuição à visita feita pelo pontífice ao Brasil na Jornada Mundial da Juventude, Dilma ainda deve se encontrar com o presidente da Itália, Giogio Napolitano. Segundo o Itamaraty, porém, os chefes de Estado devem tratar apenas de questões maiores. De acordo com a diplomacia, não há previsão de que se trate do caso da prisão do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolatto, preso em Modena por portar documentos falsos – a não ser que uma das partes se sinta à vontade para entrar no tema.

Dilma Rousseff vai ficar hospedada na Embaixada do Brasil em Roma e ainda não se sabe se, depois de assistir ao consistório que vai elevar a cardeal o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Oraní Tempesta, neste sábado (22), vai ou não direto para Bruxelas, onde participa da cúpula Brasil-União Europeia.

No sábado (22) à tarde, a presidenta deve cumprimentar Dom Orani em uma audiência geral na sala Paulo VI no Vaticano e, caso não vá a Bruxelas, deve participar, à noite, do coquetel oferecido pela embaixada brasileira no Vaticano ao novo cardeal.

Relação favorece a parceria no campo social

Em entrevista ao Blog do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse considerar muito importante que um governo tenha relações amistosas e intensas com as igrejas em geral, porque elas contribuem com o processo de construção do país. Ele destacou a importância da presença da presidenta Dilma no consistório em que o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, será nomeado cardeal, e falou da relação próxima que ela estabeleceu com o papa Francisco, com quem terá encontro nesta sexta-feira (21).

“Ele é um papa muito popular. Ele tem uma ligação com a luta social inusitada para um papa. É muito mais forte. A presidenta Dilma passou a desenvolver uma relação muito próxima com o papa Francisco (…) quando ele desce no Rio de Janeiro, vindo pra Jornada, e eles se cumprimentam, ele fala assim: ‘presidenta, eu vim aqui à procura de um ilustre brasileiro’. Ela ficou meio sem entender e falou ‘mas qual brasileiro?’. ‘Deus. A senhora não disse que ele era brasileiro?’. Então há uma relação muito coloquial entre eles que favorece muito para nós a famosa parceria, sobretudo no campo social.”

O ministro ainda falou sobre o papel de Dom Orani na realização da Jornada Mundial da Juventude no Brasil e da postura do religioso, ligado às questões sociais como o papa Francisco.

“Quando o Dom Orani veio ao Palácio do Planalto para convidar a presidenta Dilma para que ela fosse à sua cerimônia de consagração cardinalícia, a presidenta logo reagiu dizendo que iria, porque o Dom Orani tem sido um parceiro importante nosso na arquidiocese do Rio de Janeiro. (…) Tem mostrado, na linha do papa Francisco, uma sensibilidade social, uma preocupação com os temas sociais (…) ele é uma pessoa que significa para a gente um modelo de como é possível, mesmo com Estado laico, você ter uma relação de muita parceria, muito amistosa, não só com a Igreja Católica, mas com as igrejas do Brasil”, afirmou.

Fonte: Portal Terra e Blog do Planalto