Após assassinato de Santista é preciso cautela neste carnaval

Independente, maior organizada do São Paulo e Torcida Jovem, maior organizada do Santos desfilam na próxima segunda-feira (3) no sambódromo do Anhembi.

Por Renato Ramos*

Cautela, essa é a palavra que precisa ser colocada em prática no desfile das escolas de samba do grupo 1 de São Paulo que será realizado na próxima segunda-feira (3) no sambódromo do Anhembi, principalmente após os confrontos no último clássico disputado no Morumbi onde as equipes de São Paulo e Santos ficaram no 0 a 0 e depois do jogo torcedores do São Paulo (não se confirmou se membros de organizadas) mataram um integrante da Torcida Jovem do Santos, deixaram outro em estado gravíssimo e outro baleado na Via Anchieta antes da partida no Morumbi.

É preciso um trabalho de prevenção e acompanhamento de todos os passos das torcidas de suas sedes até o sambódromo, divisão das torcidas, aumento do efetivo policial, pois mesmo com as lideranças e diretorias das entidades trabalhando para que nada de pior aconteça é extremamente difícil ter um controle total sobre a massa, principalmente os que frequentam as entidades nem por amor ao clube, nem por amor ao samba, e somente para arrumar confusão.

Ainda além das organizadas Independente e Torcida Jovem, no mesmo dia temos a participação da segunda maior organizada do Corinthians, a Camisa 12.

Mortes em 2003

Dhiógenes Ventura, são-paulino, de 20 anos de idade; Mauro Roberto Costa, palmeirense, de 23 anos; Ruy Luciano Nogueira, corintiano, de 25 anos. Em uma única noite, no Carnaval de 2003, três mortes.

Na concentração do Sambódromo, foliões do bloco da Independente que se preparavam para entrar na avenida encontraram um grupo da Pavilhão 9, que desfilaria na sequência. Houve provocação e tiroteio. Nogueira foi atingido na cabeça. Outros seis foram feridos.

Apesar disso, o bloco da Independente desfilou e, pouco tempo depois, deixou o Sambódromo para se envolver em outra briga. Na Ponte do Limão, ônibus com mais de cem pessoas encontraram Costa, palmeirense da Mancha Verde na Avenida Marquês de São Vicente, esquina com a Doutor Abraão Ribeiro.

Ao saber da pancadaria, torcedores palmeirenses que estavam na quadra da escola em um show de pagode correram para socorrer o companheiro. Após o confronto, além de Costa, um torcedor são-paulino, Dhiógenes, perdeu a vida.

*Membro do comitê municipal do PCdoB de Santo André, da direção do CES (Centro de Estudos Sociais e Sindicais 1º de Maio), membro do conselho municipal de turismo de Santo André e fundador da Torcida Fúria Andreense.