Lula ao La Repubblica: Melhorar a inflação, mas com pleno emprego

Durante viagem a Milão, na Itália, onde faz uma palestra para o Conselho Administrativo da Pirelli na terça-feira (11), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao jornal italiano “La Repubblica”, Lula desafio: “Do ponto de vista macroeconômico, qual outro país, além da China, criou as condições de crescimento do Brasil?”.

Na oportunidade, Lula defendeu legado econômico de suas gestões. "Nossos críticos dizem que o melhor é reduzir a oferta de emprego para reduzir a inflação. Nós defendemos a melhora da inflação, mas sem perder de vista o pleno emprego". 

"O Brasil era tratado como uma criança entre os adultos. Mas, o menino cresceu e começou a competir nos mercados, para assumir cargos internacionais importantes", externou.

Ele também negou novamente possibilidade de retorno em 2014, mas deixou em aberto futuro: “a política é imprevisível, não posso excluir nada, a política é imprevisível. Mas a natureza é implacável, em 2018 estarei com 72 anos”.

Sobre as manifestações que ocorreram no Brasil, o ex-presidente destacou que essa enfervescêcia é prórpia dos país democráticos. 

Ele também falou sobre os impactos da Copa do Mundo e sobre a debate em torno desta questão. Para Lula, não há risco de fracasso na realização do Mundial no Brasil e defendeu que o país sairá fortalecido da Copa. 

Crise do capitalismo

Ao ser questionado sobre a crise do sistema capitalista e seus reflexos na Europa, o ex-presidente Lula destacou que "no passado, o Ocidente sempre sugeriu soluções para os países latino-americanos em dificuldade. De repente , quando a crise atingiu a Europa , ninguém tinha mais soluções".

Segundo ele, é preciso buscar soluções que garantam a recuperação da economia, mas essas não devem atingir os trabalhadores. "Você tem todas as ferramentas para recuperar e voltar ao crescimento, sem afetar o sistema de segurança social adquirido através de décadas de luta dos trabalhadores".

Ele destacou o atual cenário do Brasil: "Em em 11 anos foram criados 21 milhões de empregos, 36 milhões de pessoas foram retiradas da situação de extrema pobreza, 42 milhões entraram na classe média, mais do que duplicou o número de alunos matriculados nas universidade públicas. A ascensão social funcionou. Mas, agora, os brasileiros querem mais, e com razão. Esta é a efervescência da nossa sociedade: a democracia não é um pacto de silêncio, mas a evolução em busca de coisas melhores". 

Agenda

Na quarta-feira (12), ex-presidente Lula vai para Roma, onde foi convidado pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, para um almoço. O ex-presidente retorna para São Bernardo do Campo ainda na quarta-feira.

Joanne Mota
Da Redação do Vermelho com informações do La Repubblica.it

*Atualizada às 18h30 desta segunda-feira (10).