PCdoB promove encontro para definir ação partidária para 2014 

O PCdoB reúne, em Brasília, nesta terça e quarta-feira (11 e 12), os membros do Comitê Central, da Comissão Política, o secretariado nacional, parlamentares e presidentes estaduais do Partido no 8º Encontro Nacional sobre Questões de Partido. Segundo o secretário de Organização, Walter Sorrentino, o encontro serve para uma reflexão ativa sobre a construção partidária, a partir das diretrizes firmadas no 13º Congresso Nacional do partido, para uma ação imediata partidária em 2014.

PCdoB promove encontro para definir ação partidária para 2014 - Ass. Sen. Vanessa Grazziotin

Para essa reflexão, os comunistas contaram com a apresentação do cenário atual e as perspectivas para o ano, feita pelo presidente nacional da legenda, Renato Rabelo. Ele destacou que no ano de eleições gerais, o esforço do Partido é em garantir a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff, destacando que o projeto político do PT e seus aliados vai garantir um aprofundamento nas mudanças iniciadas em 2003 com a eleição do ex-presidente Lula.

A reeleição de Dilma, segundo o dirigente comunista, vai permitir ainda deter a contraofensiva da direita, que quer restaurar no Brasil a política liberalizante dos anos 1990, atendendo aos interesses da elite financeira globalizada.

Rabelo fez uma explanação detalhada dos reflexos da crise sistêmica do capitalismo, que persiste há seis anos e que tem impacto em todas as economias, até mesmo na economia portentosa da China. Alertando que a crise foi gerada pelo capital financeiro, que conseguiu salvar-se à custa de exigências que fazem aos governos, seus aliados, com duro ajuste fiscal, que, na prática, representa corte nos investimentos sociais.

Para fazer frente a essa contraofensiva e garantir aprofundamento nas mudanças no Brasil, Renato Rabelo disse que o esforço deve ser para reeleger Dilma e fortalecer o Partido. Segundo ele, um PCdoB forte é o que vai garantir o avanço nas mudanças, considerando que a base do governo é ampla e heterogênea, obrigando a formação de um núcleo de esquerda, para forçar as reformas estruturantes que o país precisa.

Antes de iniciarem os debates, os participantes do encontro assistiram ainda apresentação dos demais secretários nacionais – de Formação, Adalberto Monteiro; de Finanças, Fábio Torkasky; de Comunicação, José Reinaldo; e de Movimentos Sociais, Júlio Veloso. Eles falaram sobre a atuação de cada uma das secretarias e a interface com a organização.

Eleições gerais

Para Walter Sorrentino, as eleições gerais vão definir as ações partidárias este ano, destacando que as ações sofrem influência de uma série de variáveis, como as alianças a estabelecer nos 27 estados e a elaboração de projetos eleitorais de afirmação da legenda comunista. Ele fez uma apresentação da presença do Partido no país, a mobilização e o desempenho em cada estado.

E destacou que o PCdoB tem projeto próprio e faz uma política cotidiana baseada nas diretrizes programáticas, o que inusual no Brasil. Sorrentino disse ainda que o PCdoB reafirma sempre e claramente que tem caráter anticapitalista, marca anti-imperialista e defende o socialismo. E que esse “êxito ideológico aumenta a força e eficácia da organização partidária”, afirmou.

Além da realização das convenções nacional e estaduais, com apresentação dos objetivos e metas para serem debatidos e aplicados por todo o Partido, Sorrentino destacou algumas inovações propostas ao debate, como as referentes à ação do Partido nos movimentos sociais e de massas e a releitura da realidade social brasileira, em função das mudanças ocorridas nos últimos doze anos.

Crescer e fortalecer o PCdoB

Os dirigentes e militantes que são chamados a engrossar as fileiras do Partido na campanha eleitoral deste ano deve ter como foco que “diante da encruzilhada política exposta na luta pela Presidência da República, o nosso caminho é pela reeleição da presidenta Dilma. A nossa relação com o PT e demais partidos da base aliada parte dessa premissa, tendo como base os objetivos do nosso Partido para seu fortalecimento e crescimento na eleição geral de 2014”, afirmou Renato Rabelo.

Para o presidente nacional do PCdoB, na relação com os partidos aliados, sobretudo com o PT, é preciso que fique claro que “o fortalecimento do PCdoB é uma parte da garantia para as mudanças avançadas empreendidas pelo governo. Sempre temos nos manifestado veementemente contra os ataques do conservadorismo ao PT, porque sabemos que na realidade é uma investida contra a esquerda. Assim, temos realçado a justa necessidade da contrapartida da parte do PT e do governo em relação ao PCdoB, visando ao alcance dos nossos objetivos no pleito de 2014”, enfatizou.

Rabelo citou os casos concretos da campanha para Governo do Maranhão, que tem no pré-candidato Flávio Dino, do PCdoB, reais condições de vitória e que, caso o PT recuse o apoio aos comunistas, optando pelo candidato da Família Sarney, o Partido vai disputar com o PMDB e o PT.

Ele citou ainda o exemplo da candidatura da deputada federal Perpétua Almeida ao Senado Federal pelo Acre, que recebe o apoio do PT e aliados, cobrando solução semelhante para a candidatura à reeleição do senador Inácio Arruda, no Ceará, em função do bom desempenho nas pesquisas eleitorais.

“O projeto é chegar a uma bancada federal com 20 deputados, eleger mais dois senadores e um governador”, resumiu Renato Rabelo, sobre a campanha eleitoral do Partido, que deve contar com seus dirigentes e militantes para ampliar a sua base eleitoral e obter êxito em seu projeto.

O encontro prossegue amanhã (12), com apresentação de Neide Freitas sobre o trabalho da organização. Ela vai abordar questões como o controle político-organizativo, a agenda partidária nacional-estadual, e os instrumentais do trabalho da Comissão Nacional de Organização (CNO), como a Rede Vermelha, Rede Quadros, Gestão Integrada, Portal de Organização, Mídias Sociais e Estudos Estratégicos.

De Brasília
Márcia Xavier