Putin rebate críticas e diz: "Crimeia sempre foi parte da Rússia"

Em discurso nesta terça-feira (18) o presidente russo, Vladmir Putin, afirmou que a "Crimeia sempre foi e seguirá sendo parte de seu país". Ele se reuniu com parlamentares russos no Kremlin para anunciar sua decisão sobre a união territorial da Crimeia, que aprovou sua incorporação à Rússia em um referendo no último domingo (16). 

Putin rebate críticas e diz: "Crimeia sempre foi parte da Rússia"

Putin foi recebido com aplausos pelos deputados e senadores na Sala São Jorge, onde também se encontram os líderes da república da Crimeia. O presidente russo, o presidente do Conselho de Estado da Crimeia, Vladimir Konstantinov, o presidente do Conselho de Ministros da península, Serguei Aksenov, e o prefeito de Sebastopol, Alexei Chal celebraram o acordo de integração da República de Crimeia e da cidade de Sevastopol à Rússia.

Sendo assim, a Rússia acaba de reconhecer oficialmente a República da Crimeia e a cidade de Sebastopol que, possuindo um estatuto especial, faz parte dela. A Rússia “tendo em conta a vontade do povo da Crimeia expressa no referendo de 16 de março de 2014”, decidiu “reconhecer a República da Crimeia como um Estado soberano e independente", diz o texto do acordo.

"A fronteira terrestre com a República da Crimea com a Ucrânia coincide com a fronteira estatal da Federação Russa", afirma o documento. Além disso, a "delimitação das zonas marítimas do Mar Negro e do Mar de Azov é baseada em tratados internacionais da Federação da Rússia, bem como as regras e princípios do direito internacional", assinala.

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O documento ainda será dirigido ao Tribunal Constitucional para ser revisado e depois seguirá ao Parlamento russo e crimeio para sua ratificação. De acordo com informações do Russia Today, o Tratado de Adesão poderia ser ratificado antes do final da semana, como relatado por Valentina Matvienko, presidente do Conselho da Federação Russa (a câmara alta do Parlamento russo). Contudo, para os efeitos de integração será necessário regularizar uma série de questões legislativas, administrativas e econômicas.

Enquanto isso, segundo publicou a rádio Voz da Rússia, as novas autoridades ucranianas, incapazes de impedir o processo de reunificação, têm ameaçado com explosões do sistema de fornecimento de gás, a mobilização de reservistas militares e insistentes pedidos de a Rússia restituir uma parte do antigo legado soviético.

Putin responde críticas internacionais e questiona papel do Ocidente

“É bom que o Ocidente se lembre que existem leis internacionais. Os Estados Unidos não seguem as leis internacionais. Eles pensam que são os únicos e ignoram até agora o Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o presidente russo.

Para ele, "o Ocidente ultrapassou a linha vermelha", agindo "com cinismo inacreditável e de acordo com seus próprios interesses". Segundo o Kremlin, há uma tentativa de intervenção de países do Ocidente na Crimeia, mas a Rússia não abandonaria os pedidos dos cidadãos do território "estratégico" em defender seus direitos.

Sobre a sua suposta “desobediência” em relação aos pedidos internacionais, Putin afirmou comentou que "os colegas da Europa estão dizendo que estamos violando o direito internacional. Ainda bem que estão lembrando deste direito – antes tarde do que nunca. Eles reconheceram a independência de Kosovo, mas não querem reconhecer a independência da Crimeia, por quê?".

"A Crimeia pediu ajuda à Rússia pelo direito de se defender e nós fizemos isso, seria traição da nossa parte abandonar os habitantes da Crimeia diante desta situação desastrosa", disse Putin, que questionou ainda: “Por que a Ucrânia pode exercer sua autodeterminação soberana com o fim da União Soviética e a Crimeia não pode fazer a mesma coisa agora?”.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Voz da Rússia, do Russia Today e de agência internacionais