Renato reafirma compromisso do PCdoB com desenvolvimento de BH

Em sua fala, Gilson Reis destacou o atual cenário político nacional e internacional. Afirmou que setores da elite brasileira tentam desgastar a imagem do governo federal para impor o retrocesso ao processo desenvolvimentista iniciado com a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.

O vereador de Belo Horizonte citou ainda a convocação de setores da direita por um ato público, no próximo dia 22 de março, para construir um novo golpe militar no Brasil que “no horizonte político atual deveria ser descartado por qualquer cidadão de bem do nosso país, da América Latina e do mundo”. “É dentro dessas dimensões da luta política, ideológica, internacionalista e contra qualquer possibilidade de retrocesso em nosso país que fazemos essa homenagem ao Renato Rabelo”.

Ele ressaltou a condição histórica na qual Renato assumiu a Presidência Nacional do PCdoB, indicado pelo líder histórico João Amazonas. “Ao logo desses anos ele vem conduzindo o Partido e mantendo nossa bandeira hasteada, a foice e o martelo, a perspectiva do socialismo e a nossa construção partidária junto à classe trabalhadora e aos movimentos sociais. É um presidente que, apesar dos desafios colocados, vem conduzindo o PCdoB na perspectiva revolucionária. Essa é a homenagem a um homem que dedicou a vida, desde a sua juventude, para integrar a luta do povo brasileiro e para construir uma alternativa democrática no Brasil”.

Avanços democráticos

Para Renato Rabelo, a honraria não se restringe apenas ao presidente nacional do PCdoB, mas abrange o conjunto dos dirigentes, militantes e apoiadores do Partido.

“Temos a mais profunda compreensão que não há avanço democrático sem partidos políticos. O Partido com programa voltado ao interesse popular e uma prática que goze de ampla influência e respeito perante o povo é que pode alcançar o poder político, ou parcela desse poder. É uma máxima universal: o povo sem poder político pouco conseguirá dos seus direitos e da sua emancipação”, afirmou.

Em seu discurso, o dirigente nacional lembrou que ainda é muito recente, do ponto de vista histórico, o fato de que representantes do movimento popular e das classes trabalhadoras integrarem os legislativos nacionais. Apenas em 2003, o Brasil passou a ser governado pela primeira vez por um operário e sindicalista, Luiz Inácio Lula da Silva, e em seguida – também pela primeira vez – presidido por uma mulher, Dilma Rousseff.

Ressaltou que assim como ele, Dilma também integrou o contingente de jovens perseguidos por sua luta pela liberdade e a democracia contra a ditadura militar. “Em conversa com a presidenta Dilma Rousseff, relembrando episódios e nomes da época da resistência à ditadura, eu dizia a ela, com a sua concordância também, que tinha orgulho da geração de lutadores daquela época”.

Renato disse que a primeira vez que esteve na capital mineira foi em meados de 1966, no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado já na semiclandestinidade e no qual ele foi eleito vice-presidente da entidade nacional dos universitários.

“Gostaria de lembrar, também, neste momento, o encontro de projeção histórica realizado no Palácio da Liberdade, no qual nosso querido dirigente João Amazonas instou o então recém eleito governador de Minas, Tancredo Neves — em meados da década de 1980 — sobre a possibilidade de Tancredo concorrer contra o candidato do Regime Militar no Colégio Eleitoral. Isto após a derrota no Congresso Nacional dos representantes da massiva campanha nacional das diretas”.

PCdoB-Belo Horizonte

Ele destacou ainda a relevância histórica de Belo Horizonte no cenário institucional brasileiro. “Foi uma das primeiras cidades do Brasil a ser planejada, inaugurada no inicio do século 20, construída para ser a capital política e administrativa do estado mineiro, de gloriosas lutas libertárias, sob influência, na época, do pensamento positivista em um momento de grande impacto das ideias republicanas”.

Segundo ele, como praticamente todas as capitais brasileiras, Belo Horizonte também sofre os reflexos do desenvolvimento desordenado. E exaltou as contribuições e a participação do PCdoB no Legislativo e no Executivo da cidade através do ex-deputado federal, Sergio Miranda (morto em 2012); da atual presidenta do PCdoB-BH, Dalva Stela; da deputada federal, Jô Moraes; do ex-vereador Paulão e do atual vereador Gilson Reis.

Renato encerrou sua fala reafirmando o compromisso do PCdoB de continuar contribuindo para o “desenvolvimento social, econômico, político e cultural da cidade”.

Mostrando a vitalidade da juventude socialista mineira, a UJS-Minas quebrou o protocolo da cerimônia e subiu ao plenário da Câmara para entregar uma camisa da Copa de 2014 com a logomarca da entidade. Com as palavras de ordem ‘Renato guerreiro, bravo guerrilheiro, herói da juventude e do povo brasileiro’, a UJS homenageou o dirigente nacional.

O presidente do PCdoB-Minas, Wadson Ribeiro, lembrou que Belo Horizonte é uma das principais capitais brasileiras, com uma grande tradição de luta e resistência. “Acho que é muito justa a homenagem ao Renato que teve sempre uma presença muito intensa em Minas Gerais, especialmente em Belo Horizonte, ser agora agraciado com esse título. Esse é um momento de grande comemoração para o PCdoB em todo o Brasil”.

O prefeito de Contagem, Carlin Moura – vice-presidente estadual do Partido em Minas – afirmou que é uma grande honra ter Renato como cidadão belorizontino. “Ele influenciou toda a nossa geração que tem valores muito sagrados e identificados com BH, através da defesa da democracia, da soberania nacional e da construção de um Brasil justo e solidário”.