Europeus buscam fortalecer ações anti-imperialistas e pela paz

O Conselho Mundial da Paz (CMP) reuniu-se em Belgrado, Sérvia, nesta sexta-feira (21), para discutir o atual contexto europeu, o fortalecimento da luta pela paz e contra o imperialismo, além do aprofundamento da cooperação no continente. Já neste sábado (22) e domingo (23), tem lugar o Fórum Belgrado “Pelo Mundo de Iguais”, marcando os 15 anos desde a agressão da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a antiga Iugoslávia.

Por Moara Crivelente, de Belgrado para o Vermelho

CMP - CMP

À frente da reunião esteve Ilda Figueiredo, presidenta do Conselho Português para a Paz e a Cooperação, o coordenador da região Europa do CMP. A presidenta do CMP, Socorro Gomes, também interveio para referir-se aos eventos históricos a serem marcados neste ano, como o centenário da Primeira Guerra Mundial, os 75 anos da Segunda Guerra Mundial e os 65 anos tanto do CMP como da própria máquina de guerra imperialista, a Otan.

Neste sentido, as diversas organizações presentes na reunião enfatizaram a necessidade de maior cooperação e do fortalecimento das ações conjuntas para marcar estas datas, como eventos importantes na denúncia da guerra e na luta pela paz e a solidariedade internacional.

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O presidente do Fórum Belgrado e ex-chanceler sérvio, Zivadin Iovanovic saudou a participação das diversas organizações, com representantes de Portugal, Grécia, Suécia, Finlândia, Turquia, Suíça, Itália, República da Irlanda, Alemanha, Dinamarca, Chipre e, bastante presente nas várias falas, a Ucrânia, que recebeu atenção central devido ao rechaço à ascensão fascista e neonazista, com o apoio direto dos Estados Unidos e da União Europeia.

Os delegados abordaram questões sobre a Europa em geral, no atual contexto de crise sistêmica do capitalismo e na militarização do continente, além da própria vinculação dos países membros da Otan com diferentes conflitos pelo mundo, no âmbito de um expansivo “conceito estratégico” que justifique a continuidade da aliança belicosa e das suas agressões contra os povos e países.

A União Europeia – cujo papel de bloco econômico e político se transforma com uma intensa militarização e um posicionamento antidemocrático – também foi enfatizada como central na insegurança e na manipulação das tensões sociais pelo continente, o que se reflete de forma extrarregional.

Além disso, a luta dos povos europeus contra as políticas de “arrocho” impostas pelos credores internacionais – a troika Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia – ficou sublinhada no quadro da solidariedade e da luta anti-imperialista, no combate à subjugação dos trabalhadores, cujos direitos continuam sendo cerceados pelas elites no poder.

Por isso, entre os tópicos abordados pelas organizações reunidas estiveram a importância da troca de informações sobre as atividades realizadas e o fortalecimento dos movimentos pela paz, a promoção dos valores revolucionários pelo aprofundamento da soberania e da justiça social, da liberdade e da igualdade, e a denúncia à política militarista imposta ao mundo pelas potências imperialistas.