PCdoB escreveu páginas heroicas na terra de Osvaldão e Tiradentes

É com muita alegria que homenageamos no parlamento mineiro os 92 anos do PCdoB. Muito me alegro de ter sido o proponente desse evento. Nenhum outro partido no Brasil, em toda a história do país, conseguiu comemorar 92 anos ininterruptos de vida. E não foram quaisquer 92 anos. São 92 anos de muita luta, sofrendo perseguição, sofrendo agressão. Muita luta.

Por Celinho do Sinttrocel*

O PCdoB iniciou sua trajetória naquele longínquo 25 de março de 1922. Originalmente batizado como Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista. Por quase 60 anos o PCdoB resistiu firme na ilegalidade. A cada três dias da nossa História, dois foram na ilegalidade. Proibido, perseguido. Foram duas ditaduras que tentaram calar e liquidar nosso partido. Sobrevivemos.

Foi sem dúvida obra de dedicados camaradas que lutaram para chegarmos até aqui. Camaradas como Prestes, Oscar Niemeyer, João Amazonas, Osvaldão, Pedro Pomar, Drumond, Helenira, mas também uma obra de milhares e milhares de militantes que anonimamente construíram nosso partido. É, principalmente, obra do povo brasileiro. Do povo trabalhador do nosso país, que não aguenta viver sob um sistema econômico onde quem produz não é dono do produto do seu trabalho.

Em Minas Gerais, terra de Tiradentes e Osvaldão, nosso partido também construiu páginas heroicas. Na luta da juventude, na resistência à ditadura, nas fábricas e garagens de Minas, sempre esteve a marca do PCdoB. Também no parlamento, o PCdoB, em Minas, tem longa trajetória. Começamos na década de 1980 com o Guedes e depois com o Célio de Castro. Tivemos, na década de 1990, um mandato na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte e quatro na Câmara dos Deputados, com meu camarada e amigo Sérgio Miranda.

Na ALMG, tivemos o mandato do camarada Armando Ziller, cassado em 47 e restituído ano passado. No ato de restituição do mandato de Ziller, ano passado nesta Casa, tive a honra de prestar a homenagem em nome de nosso partido. Nosso Partido ficou mais de cinco décadas fora desse plenário. Retomamos com a camarada Jô Moraes, mantivemos o mandato com o prefeito Carlin e agora eu e Mário Henrique estamos nessa trincheira de luta. Espero, ano que vem, termos pelo menos mais dois camaradas do partido nestas cadeiras.

Nesta tarefa de representar o PCdoB e o povo mineiro nessa Casa tenho dedicado todos os meus esforços em honrar a história e a trajetória do Partido. Votamos aqui a favor dos professores, dos servidores públicos, dos policias civis, dos fiscais e dos trabalhadores. Não contem comigo, nem com nosso partido, para retirar um centímetro sequer de direitos dos trabalhadores. Meu primeiro projeto de Lei foi criar, em Minas Gerais, o Piso Salarial Regional. São Paulo já tem, Rio já tem, todo o Sul do país já tem, e Minas não tem. Como falar em desenvolvimento econômico e social sem garantir o mínimo para seus trabalhadores?

Apresentamos aqui também projetos em defesa dos enfermeiros, dos advogados, e principalmente dos rodoviários, minha categoria. Realizamos dezenas de audiências públicas com metalúrgicos, mototaxistas, trabalhadores em telemarketing, entre diversas categorias. Na defesa pela democratização das comunicações, luta central para o Partido nesse período, apresentei o PL que cria a Empresa Mineira de Comunicação, para democratizar e dar mais mobilidade à Rede Minas.

É preciso, também, destravar o Brasil, com uma estratégia de desenvolvimento focada na elevação dos investimentos e no aumento da produtividade, valorizar ainda mais o trabalhador, democratizar a mídia, alterar os rumos da política macroeconômica, aumentar a participação popular nas decisões do rumo do país e garantir mais educação, mais saúde e mais segurança para o povo brasileiro. E já. Para isso, estaremos engajados na reeleição da presidenta Dilma Rousseff para dar prosseguimento ao governo progressista, democrático e popular iniciado em 2002 pelo presidente Lula, cujas realizações têm a marca do PCdoB.

É, camaradas, a luta não vai ser fácil. Mas em lutas mais acirradas, o PCdoB nunca faltou às batalhas. Se muito valeu, e como valeu, essa nossa história de 92 anos, muita luta virá pela frente. E o PCdoB com certeza estará em todas elas.

Viva o Partido Comunista do Brasil.

* Celinho do Sinttrocel é deputado estadual e foi o proponente da celebração nacional dos 92 anos do PCdoB na ALMG