Índia inicia maiores eleições do mundo: 814 milhões de votantes

Iniciam-se nesta segunda-feira (7), na Índia, as maiores eleições do mundo, no canto mais remoto do país, no nordeste. Cinco distritos eleitorais no estado de Assam e um no de Tripura estão participando na abertura das eleições para a Câmara Baixa em nove fases, envolvendo até 814 milhões de eleitores, durante as próximas cinco semanas. Os oito mil locais de votação abriram pela manhã e se encerram no fim da tarde.

Índia eleitores - PTI Photo

O partido favorito nessas eleições é o Bharatiya Janata Party (Partido do Povo Indiano), de direita, que se define como hindu nacionalista e social-conservador, atualmente o segundo maior partido no Parlamento, atrás do Congresso Nacional Indiano, de centro-esquerda, do primeiro-ministro Manmohan Singh.

As eleições serão realizadas entre esta segunda-feira e o dia 12 de maio, cobrindo 28 estados e sete territórios da união, que são geridos pelo governo central. Os votos dos mais de 814 milhões de eleitores serão contados em 16 de maio, para escolher os representantes na Lok Sabha ("Assembleia do Povo"), a Câmara Baixa do Parlamento bicameral indiano.

Esta votação é vista como histórica, já que acontece em tempos de uma mudança social massiva, colocando o Congresso Nacional Indiano na defensiva, após 10 anos de governo, segundo o jornal India Times. Pesquisas de opinião citadas pelo diário mostram que os eleitores estão se voltando para o partido da oposição, BJP, enquanto o "eleitorado crescente da classe média expressa descontentamento com os serviços públicos e os casos de corrupção."

Entretanto, grande parte das propostas do BJP, para o Congresso Nacional Indiano, em declaração divulgada em sua página oficial, são cópias das suas próprias propostas ou incluem reivindicações já atendidas, como a redução do custo da habitação e os projetos de corredores industriais.

Além disso, de acordo com o seu programa, o Congresso propõe a expansão das garantias de saúde e pensão a todas as classes trabalhadoras e a inclusão dos imigrantes; a promoção do direito universal à saúde, com o envio de unidades móveis a regiões mais afastadas e o aumento do investimento no setor – para atingir 3% do Produto Interno Bruto (PIB) –; expandir programas de inclusão das castas marginalizadas; empoderamento da mulher, com iniciativas como a reserva de 33% dos assentos no Parlamento e a aceleração das questões judiciais relativas ao gênero; proteção às minorias, combatendo as práticas de segregação, entre outras.

A proposta também inclui a melhoria e expansão da infraestrutura, o maior investimento no desenvolvimento rural e urbano, a proteção ao ambiente, o investimento na habitação de qualidade, na inovação e na tecnologia, combate à corrupção, reforma democrática, segurança interna, política externa – através do fortalecimento da cooperação internacional e a busca por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas – e a melhoria da Defesa nacional com transparência.

Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho,
Com informações do India Times