Desaparecidos durante a ditadura são homenageados por grafiteiros

Forma de manifestação social em espaços públicos, o grafite, expressão artística contemporânea que surgiu no final dos anos 70, foi utilizado por artistas campinenses para homenagear torturados e desaparecidos do período da Ditadura Militar, dentro das atividades que a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) realizou neste mês alusivas aos 50 anos do Golpe Militar no Brasil.

Desaparecidos durante a ditadura são homenageados por grafiteiros - UNE

As paredes do Câmpus de Campina Grande foram envolvidas na proposta de releitura das imagens das vítimas do regime ditatorial.

A iniciativa foi do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O presidente do diretório, Alberto Alves, ressaltou a importância de manter vivos na memória dos universitários ícones que lutaram contra os regimes opressores do país. “A ideia foi de prestar uma homenagem com a reprodução destes ícones através do grafismo de artistas campinenses, como Claudenor Júnior, conhecido como JED, e Raoni Oliveira”, destacou.

Os artistas têm obras urbanas reconhecidas nos muros da cidade e aceitaram o convite do DCE-UEPB para elaborar painéis que se encontram espalhados pelo Câmpus, em frente ao curso de Psicologia, no Restaurante Universitário, em torno do CCBS, CCT e em frente ao Centro de Integração Acadêmica.

Além deles, Thaynha, Sponja, Celo e Jardel também aplicaram seus estilos de grafite em personagens como Vladimir Herzog, Honestino Guimarães e Mariguela, que passaram a compor a paisagem da Universidade.Para os artistas, o mais significativo é mostrar que trata-se de uma ação cultural que não somente busca homenagear e denunciar um regime, mas que também á uma maneira de mostrar a diferença entre o grafite e a pichação. “O que mais emociona é a reação das pessoas ao observarem os trabalhos prontos”, destacou Raoni.

Fonte: União Nacional dos Estudantes