PC Português chama povo a participar das comemorações

O Partido Comunista Português conclama o povo do país a fazer parte das comemorações do 25 de Abril e das manifestações do 1.º de Maio, com "pujantes afirmações de exigência de demissão do Governo e de ruptura com a política de direita", segundo artigo publicado no jornal do partido, o Avante!

Num comunicado da Comissão Política do Comitê Central, emitido na semana de 25 de abril, o PCP apela aos trabalhadores e ao povo, à juventude, a todos os democratas e patriotas para que "engrossem com a sua presença as comemorações populares do 25 de Abril e as manifestações do 1.º Maio promovidas pela CGTP-IN", fazendo, dessa forma, de umas e de outras momentos particularmente expressivos para reafirmar a exigência de uma nova política, patriótica e de esquerda, "capaz de libertar Portugal da dependência e da submissão, recuperar para o país o que é do país, devolver aos trabalhadores e ao povo os seus direitos, salários e rendimentos".

Da parte do PCP, acrescenta-se, os trabalhadores e o povo podem contar com o seu "firme empenhamento" na luta pela construção desta política alternativa e na afirmação do projecto de Democracia Avançada e dos valores de Abril no futuro de Portugal, tendo no horizonte o socialismo e o comunismo.

A Comissão Política lembra, a propósito, que é na defesa do regime democrático e da Constituição da República (eles mesmos conquistas de Abril) que se encontra a matriz de uma política patriótica e de esquerda capaz de assegurar o desenvolvimento económico e social do País e não na sua subversão e destruição, "como procuram fazer os dirigentes políticos e os partidos que querem auto-absolver-se e absolver as suas opções e práticas políticas como causas das situações de desastre em que nos encontramos".

As comemorações dos 40 anos da Revolução devem, para o PCP, constituir uma "inabalável afirmação de confiança e luta pelos valores de Abril no futuro de Portugal" e, simultaneamente, ser "um tempo e um momento de afirmar nas ruas a indignação e recusa pelo que estão a fazer ao povo e a Portugal, à sua história e ao seu futuro". Celebrar Abril é, igualmente, resistir e lutar contra esta "ofensiva reaccionária, contra as forças que pretendem ajustar contas com Abril, agredindo a democracia, a soberania, a liberdade e o desenvolvimento de Portugal".

Combater o branqueamento e a falsificação

Chamando a atenção para as importantes e profundas conquistas alcançadas com a Revolução de Abril – e para o ataque de que há muito elas estão a ser alvo –, o comunicado da Comissão Política lembra que o 40.º aniversário da Revolução se assinala num momento em que os trabalhadores e o povo português se confrontam com o aprofundamento da agressão aos seus direitos.

Esta situação resulta, acrescenta-se, de 37 anos de política de direita, levada a cabo por PS, PSD e CDS, e pela "inaceitável intervenção externa da União Europeia e do FMI", acordada com esses mesmos partidos, na sequência dos PEC do governo PS.

O PCP chama ainda a atenção para as tentativas de reescrita da história e de apagamento da real natureza e significado da Revolução de Abril, afirmando que comemorar Abril é defender e afirmar o seu carácter revolucionário, combater o branqueamento da ditadura, prestar a "justa homenagem aos militares de Abril" e não permitir que se esqueça, ou que se descaracterize, a "luta heróica dos trabalhadores, de democratas e patriotas, nos quais se incluem, com relevante papel, os comunistas".

No comunicado expressa-se ainda a firme rejeição pelas tentativas em curso de responsabilização da Revolução de Abril pelas "desastrosas consequências de 37 anos de processo contra-revolucionário", bem como pelo esforço de alguns de branquear os reais responsáveis pelo rumo de declínio nacional – PS, PSD e CDS – procurando apontar o dedo "aos partidos" e colocando-os todos no mesmo saco.

Para além da participação do PCP em inúmeras iniciativas promovidas por comissões populares, a Comissão Política destaca a realização de duas grandes iniciativas no âmbito da CDU: dia 26 de Abril, no Porto (concelho de Vila do Conde); e no dia seguinte, em Lisboa (concelho de Loures).

Fonte: Avante!