Um mês depois de admitir torturas, coronel é encontrado morto
O coronel da reserva Paulo Malhães, ex-agente do Centro de Informações do Exército (CIE), 76 anos, foi encontrado morto nesta sexta-feira (25) em sua casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Há exatamente um mês, em 25 de março, ele deu depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV) durante o qual admitiu ter participado de torturas, mortes e ocultação de corpos. À pergunta sobre quantas pessoas havia matado, respondeu: "Tantos quanto foram necessários".
Publicado 25/04/2014 15:42

No depoimento, Malhães, ao comentar seus atos, disse ainda que "não tinha outra solução". Ao admitir que atuava na chamada Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), também não estimou quantos presos políticos foram assassinados no local. "A casa não era só minha", argumentou. Segundo ele, o local era mantido com recursos do Exército.
O militar também confirmou ter participado da chacina do Parque Nacional do Iguaçu, em 1974, quando cinco militantes foram executados. Eram liderados pelo ex-militar Onofre Pinto, morto dias depois. Todos estão desaparecidos até hoje. Mas recuou de declarações dadas à Comissão da Verdade do Rio de Janeiro e ao jornal O Dia, sobre participação na operação para retirar o corpo de Rubens Paiva de uma praia no Rio. E afirmou não saber o destino do corpo.
Contrariando o que disse o delegado, o coronel Brilhante Ustra, apontado como torturador por entidades de direitos humanos, escreveu em seu blog que Malhães foi assassinado por quatro pessoas, que teriam dado quatro tiros no ex-militar.
Confira os depoimentos de Malhães à Comissão da Nacional da Verdade:
Fonte: Rede Brasil Atual