Encontro Nossa América aponta unidade como estratégia de ação

Com o intuito de reforçar a unidade de ação e a integração latino-americana foi iniciado na manhã do último sábado (3), o 6º Encontro Sindical Nossa América (Esna), em Havana, Cuba. O encontro reuniu cerca de 455 delegados de 30 países, representando 181 organizações.

Coordenador geral do Esna - Juan Castillo - CTB

Durante dois dias foram debatidos os desafios do movimento sindical na América Latina e as formas de aumentar o protagonismo da classe trabalhadores nas lutas políticas em curso no continente, além do desenvolvimento de um programa de formação, investigação e assistência técnica na região, assim como campanhas de solidariedade e em defesa da liberdade sindical.

De acordo com os organizadores do evento, a escolha da cidade de Havana, em Cuba, pretende dar um salto de qualidade no encontro, que terá como desafios as investidas dos países imperialistas.


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O presidente cubano Raúl Castro enviou uma mensagem aos participantes durante o encontro. Ele recordou que nossa região não é a mesma há décadas, "nela se produzem transformações econômicas e sociopolíticas ao mesmo tempo que avançam diferentes processo de integração".

Para o secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC), Ulises Guilarte, a unidade de ação dos trabalhadores organizados é uma ferramenta fundamental para aprofundar as mudanças indispensáveis para promover o desenvolvimento soberano dos povos latino-americanos, de forma a elevar o nível de vida, redistribuir a riqueza, eliminar as desigualdades sociais, promovendo a integração soberana da América Latina rumo à sua libertação.

A edição cubana do encontro confere “um reconhecimento e uma expressão de solidariedade com o povo e a Revolução Cubana” e também faz parte das comemorações do aniversário de 75 anos da CTC.

Em sua saudação, Ulises Guilarte convocou a unidade do movimento sindical para trabalhar por uma nova integração internacional no contexto do Esna. "O único caminho que pode reverter a fragmentação da classe trabalhadora é a unidade na diversidade e todos podemos ser voluntários dessa luta", destacou.

Guilart destacou o protagonismo da classe trabalhadora nas lutas políticas na América Latina e Caribe contra a ordem capitalista internacional e o uso indiscriminado das fontes renováveis de energia. "Nesse sentido vamos defender um espaço comum para a ação e articulação unitária de todos, de maneira inclusiva, com todos os atores sociais motivados por interesses comuns da classe trabalhadora."

O dirigente da CTC também denunciou os ataques por parte de setores reacionários que "ante a realidade de articulação regional buscam deter o poder de integração dos povos, a exemplo do que fazem na Venezuela, a cujo presidente, Nicolás Maduro, ratificamos nossa solidariedade permanente".

Para o coordenador-geral do Esna e também secretário-geral da uruguaia PIT-CNT, Juan Castillo, o momento vivido pelos povos latino-americanos não admite nenhum tipo de divisão entre eles. “Nesse sentido, este é um espaço de construção de unidade para a luta, um espaço em que nossas diferentes opiniões se convergem”, disse. Castillo lembrou que essa unidade não é algo facilmente conquistado, mas reafirmou que esse processo é muito válido, ao destacar os avanços já alcançados. Nessa mesma linha, destacou que as eleições de setembro na Venezuela e de outubro no Brasil, são fundamentais para a luta dos trabalhadores.

"Esse é um espaço de decisões tomadas na América Latina. Não queremos ficar à margem desse discurso. Temos que ter noção do processo de construção de um projeto para o desenvolvimento evitando assim o retrocesso. O processo que estamos embarcando pode sofrer um retrocesso diante dos desafios enfrentados pelo Brasil, Colombia ou Venezuela. Eles têm nosso apoio para enfrentar esse grande desafio."

Castilho lembrou também da bravura do povo cubano, que resiste frente ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século. "Hoje o bloqueio que Cuba enfrenta há 53 anos é o mais cruel ataque que pode existir, e o povo cubano resiste como José Martí."

Dia de Ação Continental

Para o vice-presidente de Cuba, Salvador Valdez, esse novo conjunto de propostas que sairá do Esna deve multiplicar o papel que podem desempenhar os trabalhadores. "Desse encontro sairão resoluções duras contra o capitalismo. Toda a América do Sul e o Caribe estão unidos por Nicolás Maduro, Venezuela e a Revolução Bolivariana. Por isso a importância de mobilizarmo-nos para o dia 1º de agosto – Dia Internacional de Ação Continental", convocou.

Fonte: CTB