Grupos de autodefesa exigem retirada do exército no leste da Ucrânia

As forças de autodefesa da cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, emitiram um ultimato ao Exército comandado pelo governo interino em Kiev. De acordo com a agência de notícias RIA Novosti, nesta quarta-feira (14), os cidadãos advertiram que, caso as tropas não se retirem dos postos que instalaram na região em 24 horas, eles serão tomados à força.

Ucrânia - RIA Novosti / Mikhail Voskresenskiy

O grupo que reivindica a autonomia da região de Donbass, no leste da Ucrânia, advertiu: “Se os veículos blindados não retrocederem, os postos de controle nas estradas, das autoridades autodenominadas legítimas, terei suficiente poder e meios – de acordo com o comandante – para destruir e queimar tudo. Grupos de reconhecimento e sabotagem estão prontos para agir e alguns estão firmes,” disse o vice-comandante da milícia de Donbass, Sergey Zdrilyuk, à RIA Novosti.

“Dou 24 horas para eles retirarem todas as tropas, todas as forças,” continuou. A declaração foi dada após o referendo realizado em Donetsk e Lugansk, que mostrou que a maioria da população das duas cidades no leste apoia o autogoverno em meio à operação militar lançada pelo governo interino de Kiev.

Segundo a emissora Russia Today, cerca de 90% dos eleitores na região de Donetsk endossaram a independência política relativa a Kiev, conforme anunciado pelo chefe da Comissão Eleitoral Central da autoproclamada República Popular de Donetsk, Roman Lyagin.

Na região de Lugansk, 96,2% dos eleitores apoiaram o autogoverno, de acordo com números finais anunciados pela comissão eleitoral local.

Após o referendo, a República Popular de Donetsk proclamou-se um Estado soberano e pediu a Moscou para considerar a sua reintegração à Rússia, assim como a península da Crimeia, que já foi parte do território russo.

A contestação da legitimidade do governo interino da Ucrânia, que subiu ao poder após um golpe contra o presidente Viktor Yanukóvich, em fevereiro, levou as novas autoridades, respaldadas pelas potências ocidentais, a lançarem uma operação militar contra os cidadãos, no leste. Além disso, ataques de grupos fascistas e neonazistas, de ligação estreita com o governo interino, já deixaram cerca de 100 mortos nas últimas semanas, de acordo com fontes locais.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da RIA Novosti e da emissora Russia Today