Livro Negro da Ditadura será relançado seguido de debate

O Livro Negro da Ditadura será lançado neste próximo sábado (24), um dos “Sábados Resistentes”. A primeira edição foi distribuída clandestinamente no auge da ditadura militar brasileira pelo grupo revolucionário Ação Popular (AP). A atividade que acontece no Memorial da Resistência do Estado de São Paulo (Largo General Osório, 66, Luz), às 14h é fruto de uma parceria da Fundação Maurício Grabois com o Núcleo de Preservação da Memória Política e do Memorial.

Livro negro da ditadura - Reprodução

Falam sobre essa experiência os jornalistas Duarte Pacheco Pereira, Carlos Azevedo e Bernardo Joffily. Todos envolvidos na elaboração da primeira edição do livro em 1972 e destacados militantes da imprensa clandestina e alternativa entre os anos 1960 e 1980. A mediação ficará a cargo do jornalista Milton Bellintani, representando o Núcleo Memória. Depois haverá a sessão de autógrafos.

 

Entre os apoiadores do evento estão o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, União da Juventude Socialista (UJS), União Nacional dos Estudantes, União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES).

O Livro negro da ditadura

Em 1972, a ditadura iniciada em 1964 chegava ao seu ápice. Nunca se torturou, assassinou e censurou tanto. Justamente naquele ano foi publicado o "Livro Negro da Ditadura Militar". Iniciativa do grupo revolucionário Ação Popular (AP), ele é um caso único na saga da resistência antiditatorial: um livro-denúncia inteiramente pesquisado, escrito, impresso e distribuído na mais completa clandestinidade e que causou grande impacto no país e no exterior.

A presente edição, produzida numa parceria entre a Editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois, traz em fac-símile o "Livro Negro", tal e qual ele circulou em sua época. A obra também vem acompanhada de um livreto com depoimentos daqueles que foram responsáveis pelo corajoso trabalho de publicação em 1972: Bernardo Joffily, Carlos Azevedo, Divo e Raquel Guisoni, Duarte Pereira, Elifas Andreato, Jô Moraes e Márcio Bueno Ferreira.

Confira a programação: 

14h: Boas vindas – Kátia Felipini (Coordenadora do Memorial da Resistência de SP)
Coordenação – Milton Bellintani (Diretor Executivo do Núcleo de Preservação da Memória Política)

14h30: Palestras

– Duarte Pacheco Pereira (jornalista, escritor, formado em Direito, professor universitário na Bahia e em São Paulo. Foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes-UNE entre 1963 e 1964 e dirigente nacional da Ação Popular entre 1965 e 1973)

– Carlos Azevedo (jornalista, escritor, passou pelas redações de diversos jornais e revistas antes de entrar na clandestinidade, que durou de 1971 a 1979. Foi um dos fundadores da revista Realidade e participou do jornal independente Movimento)

– Bernardo Joffily (jornalista, vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas-UBES, exilado na Albânia entre 1974 e 1979, onde participou da Rádio Tirana. Militante do PCdoB, foi eleito em 2005 para o Comitê Central do partido)

16h: Debate com o público

17h: Sessão de autógrafos

Com informações da Fundação Maurício Grabois