Grupos aliados ao Partido Al Nahda são proscritos na Tunísia

A beligerante Liga Nacional de Proteção da Revolução (LNPR) foi dissolvida nesta segunda-feira (26) pela sentença de um tribunal de Túnis, que também ordenou a liquidação de todos os seus bens.

Os membros da LNPR foram declarado culpados de ataques a membros de organizações laicas e à sedes da Confederação Nacional de Trabalhadores Tunisianos (UGTT), além de atos vandálicos contra santuários sufistas, uma seita do Islã que eles consideram herética.

A sentença, emitida por um tribunal de primeira instância desta capital, deve ser aplicada de imediato.

O grupo está vinculado ao partido Al Nahda, islâmico, obrigado meses atrás a entregar o governo a um gabinete de personalidades sem filiação partidária, cuja missão será administrar os assuntos cotidianos e organizar eleições legislativas e presidenciais.

Os comitês da LNPR floresceram durante a hegemonia política do Al Nahda, expandiram sua ação por todo o país e usaram a intimidação e as acusações de contrarrevolucionários contra os opositores desse partido, considerado o braço tunesino da Irmandade Muçulmana.

A sentença judicial é parte do acordo adotado entre Al Nahda e a oposição laica durante a conversas nas quais a UGTT serviu de moderadora, iniciadas após violentos distúrbios nesta capital depois da morte do deputado esquerdista Mohamed Brahmi em julho do ano passado.

O assassinato de Brahmi na saída de uma mesquita nesta capital foi uma repetição da morte nas mesmas condições em fevereiro anterior do líder do Partido dos Patriotas Democráticos, Chukri Belaid, que provocou a renúncia do então premiê, Hamadi Jebali.

O chefe de Governo, também secretário geral do Al Nahda, tentou formar um gabinete de união que acelerasse os trabalhos de redação da Cosntituição, mas foi bloqueado pelo líder do agrupamento, o escritor e teórico islâmico Rachid Gannouchi.

Fonte: Prensa Latina