Rebeldes ucranianos descartam visita de presidente eleito
O chefe do Governo provisório da República Popular de Donetsk autoproclamada independente de Ucrânia, Denis Pushilin, considerou hoje pouco provável a visita do presidente eleito ucraniano, Pioter Poroshenko, a esse território.
Publicado 26/05/2014 18:03
Quando alguém é eleito presidente, sempre se propõe a visitar primeiro um país vizinho. Consideramos a partir dessa perspectiva sua ideia de visitar Donbass, assegurou Pushilin citado pela agência Novosti.
O líder rebelde da região mineira e industrial, cujo centro urbano principal é Donetsk, reiterou que qualquer tipo de negociações com o novo governante de Ucrânia seria possível "apenas na presença de mediadores" em referência à Rússia.
Pushilin advertiu que vê como possíveis assuntos a serem discutidos o intercâmbio dos reféns e a retirada da região de Donetsk do Exército e dos esquadrões neonazistas de Setor Direito e autodefesas de Maidán, integrados na Guarda Nacional.
Poroshenko anunciou que sua primeira viagem será ao sudeste do país, estremecido por uma ofensiva militar ordenada por Kiev com mais de 10 mil efetivos, blindados, aviação e armamento pesado.
Sublinhou que o objetivo dessa viagem é garantir aos moradores da zona a segurança e a proteção de seus direitos, mas repetiu de que não negociará com os quem insistem na atitude de rebeldia.
Dono de ativos avaliados em 1,3 bilhões de euros, o oligarca convertido em presidente em meio a crise originada pelo golpe de Estado de 22 de fevereiro, reiterou sua fidelidade aos desígnios de Estados Unidos de anunciar quem será seu premiê.
Considero que a colaboração com o chefe do Governo ucraniano, Arseni Yatseniuk, poderia ser eficaz. Espero-o e, por isso, não tenho planos de mudar o presidente do Governo, afirmou Poroshenko diante da imprensa.
Yatseniuk foi sempre o predileto de Washington para encabeçar o Executivo ucraniano, segundo foi conhecido durante os protestos de Maidán durante uma conversa telefônica vazada na internet entre a subsecretária de Estado Victoria Nuland e o embaixador norte-americano em Kiev.
Poroshenko voltou a fazer uma concessão à ingerência estadunidense na Ucrânia ao referir-se a possíveis negociações com Moscou.
O diálogo com Rússia é importantíssimo, mas é fundamental que se execute através da mediação dos Estados Unidos e da União Europeia, disse em alusão aos mentores da revolta que desembocou na derrubada do presidente Víktor Yanukóvich.
Serguei Lavrov, chanceler de Rússia, por sua vez, ratificou hoje a disposição de dialogar com o presidente eleito de Ucrânia, mas descartou a presença de mediadores.
Estamos preparados para um diálogo com Poroshenko, assegurou o chefe da diplomacia russa ao esclarecer que Moscou não precisa de intermediários.
Fonte: Prensa Latina