Congresso instala segunda CPI para investigar a Petrobras 

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) foi eleito, na tarde desta quarta-feira (28), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras por 19 votos a 10. Vital do Rêgo, escolhido pelo governo pelo critério da proporcionalidade, também é o presidente da CPI do Senado. Ele nomeou o deputado Marco Maia (PT-RS) como relator do colegiado. 

Congresso instala segunda CPI para investigar a Petrobras - Agência Câmara

O deputado Enio Bacci (PDT-RS) e o líder do SD, deputado Fernando Francischini (PR), se candidataram, de forma avulsa, à Presidência e vice, respectivamente. Receberam o apoio da oposição, mas não foram eleitos.

O senador Alvaro Dias (PSDB-SP) reclamou do que ele chamou de “quebra de tradição” por não haver um comando compartilhado da CPI entre governo e oposição. “Quando se quebra uma tradição desta natureza, indica-se o desejo de impedir investigações que cheguem a conclusões objetivas, cumprindo o objetivo de uma CPI”, afirmou.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que é membro titular das duas CPIs,  rebateu a crítica. “Hoje quem diz que é uma tradição usa de má-fé e falta com a verdade. Todos que aqui estamos, estamos pelo critério da proporcionalidade”, disse a senadora. Segundo ela, houve várias CPIs quando o tucano Fernando Henrique Cardoso era presidente da República, sem comando compartilhado.

O senador João Alberto de Souza (PMDB-MA), parlamentar mais idoso indicado para compor a comissão, presidiu a sessão da CPMI, que foi instalada após a indicação dos nomes de todos os deputados e senadores titulares que integrarão o colegiado indicados pelas respectivas lideranças partidárias.

A primeira reunião é apenas para escolha dos dirigentes da comissão. Os requerimentos apresentados só serão apreciados na próxima reunião. O relator da CPI no Senado, José Pimentel (PT-CE), que também fará parte da CPMI, defendeu os trabalhos que estão sendo feitos na comissão restrita aos senadores, e disse que pretende trabalhar da mesma forma na comissão mista, que terá a participação de deputados.

Trabalhos e gastos dobrados

As duas comissões parlamentares vão investigar os mesmos fatos, todos referentes a irregularidades no âmbito da Petrobras. A CPI da Petrobras no Senado, que já está em funcionamento, é composta por 13 senadores titulares e sete senadores suplentes. O prazo dos trabalhos será de 180 dias e as despesas orçadas em R$ 250 mil.

Já a CPI Mista da Petrobras, criada por insistência da oposição, terá 16 senadores titulares e 16 deputados federais titulares, e igual número de suplentes. O prazo para os trabalhos da CPMI também será de 180 dias e o orçamento é de R$ 250 mil, o que significa gastos de R$ 500 mil para o funcionamento das duas comissões.

“Todos podem criticar, menos da forma como o senador Vital conduz os trabalhos da comissão específica e da quantidade de quesitos e perguntas que ali são feitas. Nós não deixamos que uma única suspeita levantada pela oposição em seu requerimento ou pela imprensa brasileira deixe de ser objeto de investigação ou encaminhamento”, afirmou Pimentel.

E destacou que os trabalhos serão semelhantes. Todos as autoridades que estão sendo apontadas para dar depoimento na CPMI ou já estiveram na CPI do Senado ou já foram convidadas a comparecer, assim como também já foi solicitado, pelos senadores, os autos da Operação Lava Jato ao Supremo Tribunal Federal e à Justiça Federal no Paraná para subsidiar a investigação, disse Pimentel.

Da Redação em Brasília
Com agências