Dossiê: Socialismo internacional e a 1ª Guerra Mundial

No centenário da 1ª Guerra Mundial (1914-1918), as análises sobre o contexto político no início do século 20 e seus reflexos na atualidade são necessárias, sobretudo para o debate acerca do imperialismo e do belicismo. O portal Marxismo21 publicou um dossiê de artigos majoritariamente escritos nas primeiras décadas daquele século, expressando “diferentes abordagens do conflito por parte de alguns dos principais teóricos e dirigentes do Socialismo Internacional.”

Lenin

“A deflagração da 1ª Guerra Mundial no mês de julho de 1914, além de haver significado um acontecimento sem precedentes para os povos europeus, assinalou também o início da mais grave cisão jamais sofrida pelo movimento operário e socialista internacional”, escreve Muniz Ferreira, do comitê editorial do portal.

O dossiê abrange muito do que se desenvolvia no plano cultural àquela época e também os reflexos no âmbito histórico-político da primeira grande guerra do século 20, com influência dos expressivos enfrentamentos então recentes, como a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) e um “ajuste de contas” subsequente.

Muniz Ferreira observa que “a negociação de acordos, pactos e tratados públicos e (principalmente) secretos corroía sub-repticiamente os alicerces sobre os quais se apoiava o precário equilíbrio de poder entre as grandes potências do continente”.

Além disso, desenrolava-se também a projeção do imperialismo, “nas transformações econômicas que caracterizavam o desenvolvimento do capitalismo mundial desde as últimas décadas do século 19”, escreve Ferreira, notando o seguimento de um período de crise, entre as décadas de 1870 e 1890. “Ocorreram mudanças significativas na organização do sistema capitalista. Em primeiro lugar, uma grande concentração e centralização do capital na economia e na indústria das principais potências capitalistas europeias, assim como nos Estados Unidos.”

E é neste contexto, durante a 2ª Revolução Industrial, que se insere também a 2ª Internacional, com “o crescimento quantitativo da classe operária e a sua concentração em grandes conglomerados urbano-industriais”, indica Ferreira. “Estes fenômenos também tiveram, entre os seus corolários, o incremento da percepção da magnitude de sua importância social, por um número crescente de trabalhadores, favorecendo a formação de grandes sindicatos e partidos operários de massas.”

Leia, no portal Marxismo21, os artigos propostos pelo comitê editorial em seu dossiê sobre a 1ª Guerra Mundial, com diversos escritos de Lênin, editados inclusive pelo jornal soviético Pravda; de Rosa Luxemburgo, Antônio Gramsci, Karl Liebknecht, entre outros.

Da Redação do Vermelho